INTRODUÇÃO 40 LIÇÕES DE ONTOPSICOLOGIA ELEMENTAR
Erico Azevedo e Nathália Perin
26.10.20
As 40 Lições de Ontopsicologia Elementar tem início numa histórica segunda-feira, 26 de outubro de 2021. Essa série de lives foram preparadas com muito carinho e muito esmero, em cada detalhe. A temática Ontopsicologia é bastante ampla e é muito difícil cobrir o pensamento de um gigante que foi o Professor Antonio Menehgetti. O conteúdo é de toda forma assertivo para quem busca compreender os conceitos bases da Ontopsicologia.
Qual a motivação? Por que fazer essa série de lives com esse material didático e mais acessível?
Ao longo desses 25 anos que conhecemos a Ontopsicologia, desde 1995 encontramos muitas pessoas, com interesse em entender essa tal Ontopsicologia. Essas pessoas são de diferentes classes sociais, diferentes estratos, diferentes titulações de diferentes países. Todos pediam uma explicação que fosse mais acessível, mais didática, talvez mais palatável. Esse material didático é então de extrema importância para que essa ciência possa ser melhor compreendida.
Por que estudar Ontopsicologia? Qual é a utilidade? Por que tanta gente se interessa por isso e fala que é tão bacana?
A Ontopsicologia fornece critérios e instrumentos para conhecer e compreender melhor a realidade. É muito claro que se você conhece e compreende melhor a sua realidade, portanto você vai ser capaz de decidir com maior tranquilidade e assertividade aquilo que é mais útil e vai funcionar melhor na sua vida. Com maior razão, se esses instrumentos e esses métodos de conhecimento propostos pela Ontopsicologia são instrumentos avançados, podem ajudar as pessoas nos mais diversos níveis. Veremos que existe uma lista de problemas considerados mais duros e mais difíceis da ciência que até hoje não foram elucidados. São 20 grandes perguntas da ciência, e é curioso que pelo menos as sete, ou oito primeiras perguntas, para todas elas, a Ontopsicologia tem uma contribuição a dar. É curioso que uma das perguntas é, justamente, “Por que sonhamos?”.
A Ontopsicologia chegou a algumas descobertas e fornece um método técnico para esse fim que é conhecer melhor e portanto também decidir melhor, em primeira instância sobre a nossa própria vida e depois sobre tantas outras coisas. Óbvio, para quem é líder em qualquer campo, seja econômico, seja científico, artístico, é muito importante poder utilizar instrumentos e critérios que complementam o processo de conhecimento e tomada de decisão.
A quem pode interessar esse conhecimento?
A todos profissionais, pesquisadores, todo o ser humano que pretende se conhecer melhor e conhecer melhor a realidade que está a sua volta e como eu disse tomar melhores decisões na sua vida.
Como iniciar nesse estudo?
Não é suficiente estudar ou decorar todos os livros que o Professor Meneghetti escreveu. É necessário fazer a parte prática. A Ontopsicologia é um conhecimento sobre o homem, sobre como conhecemos a realidade, como funcionam os nossos mecanismos também inconscientes. Por isso, se não for conjugada à prática, ou seja, se não houver junto um exercício e esforço continuado para ampliar e adquirir esses instrumentos, então podemos dizer que essa pessoa, de verdade, não tem um conhecimento concreto e completo da Ontopsicologia.
Dizemos em Ontopsicologia que não é possível saber sem ser, é uma questão técnica, não é uma questão de moral ou de pureza. Para saber, primeiro, eu preciso ser. O que isso quer dizer na prática? Quer dizer que primeiro eu me torno de um determinado modo e então eu vou compreender como efetivamente eu sou, vou compreender aquela realidade. Primeiro eu aprendo a caminhar e depois eu posso explicar para alguém como se caminha, então assim é de fato na vida, quem sabe só do ponto de vista teórico, efetivamente não sabe.
A Ontopsicologia não é para super homem, é para os seres humanos. Então acredito que qualquer pessoa empenhada consegue percorrer essa estrada.
A base para essas 40 Lições de Ontopsicologia Elementar será o Manual de Ontopsicologia e o Dicionário de Ontopsicologia. Lembrando sempre que não é possível aprender essa ciência apenas pela via lógica e pela via racional. Não basta decorar e repetir, é preciso vivenciar. Então essas lições serão um estímulo muito forte para que vocês possam empreender esse processo também vivencial e a teoria, é instrumental mas a prática é essencial.
Se trata de uma ciência muito atual para os desafios que temos hoje no nosso planeta, nossa vila global, como a gente começou a falar após a era da globalização. É um conhecimento, inclusive, necessário para que sejamos capazes de fazer uma leitura precisa das dinâmicas sociais que vivemos no mundo.
Nesse contexto trago aqui o pensamento do Daniel Kahneman, psicólogo, que ganhou um prêmio nobel em 2002, em Economia, mostrando que a intuição do homem induz a erros, e que todos nós temos uma mente muito poluída, cheia de vieses e de juízo. Esses vieses são conhecidos por todas as linhas da psicologia, têm nomes diferentes, mas ninguém ia conferir o prêmio nobel se não houvesse alguma coisa de real dentro do pensamento que ele trouxe. Então, efetivamente aqui nós vivemos um momento que parece que a inteligência humana e todas as suas faculdades vem sendo depreciadas e desvalorizadas, o que é muito preocupante.
Concluindo essa primeira passagem, é primordial desenvolver o vasto potencial da inteligência humana. Não podemos nos contentar com simplesmente acatar essas regras que são colocadas em nível planetário e nível sistêmico pela própria máquina ou pelas grandes redes de informação, pela guerra de informações, de que o ser humano, essa velha raça que habita este planeta não tenha sua dignidade e valor.
Alguns apostam em fazer um desenvolvimento por meio da inteligência artificial, aqui o Bryan Johnson, que é o CEO da Kernel e fundador da Brain Tree, que vendeu por mais de um bilhão de libras esterlinas. Ele iniciou a Kernel como uma empresa que pretende implantar chip nos cérebros humanos para acelerar o processo de desenvolvimento humano. Segundo Bryan Johnson, uma vez que as máquinas se desenvolvem numa determinada velocidade, praticamente dobram sua capacidade de processamento muito rapidamente. Pela lei de Moore, então, até 2040 vamos assistir um momento de inflexão, onde teoricamente as maquinas superam o potencial humano. Então corremos um grande risco enquanto humanidade. Ele fala dos transumanos, que seriam esses humanos com os chips implantados. É curioso que Meneghetti, já na década de 70, antecipava a ideia de que futuramente poderia ser obrigatório o implante desses chips, que marcariam a humanidade de uma maneira terrível.
Uma outra visão de mundo, absolutamente diferente e oposta é a de Antonio Meneghetti, fundador Ontopsicologia. Segundo esse cientista, é preciso seguir para desenvolver o potencial da inteligência humana. Para isso, basta seguir as indicações da nossa natureza, que ele denominava Em Si ôntico. Para Meneghetti, a natureza já é perfeita, tem o seu ritmo, tem as suas estações, não conhece opiniões, mas sim projetos muito precisos.
Não preciso dizer que era uma pessoa a frente de seu tempo. Na década de 70 já falava de possíveis implantes de chips nos cérebros humanos, agora estamos vendo que são reais. Falava de comunicação e campos num nível subatômico, portanto quantum fields, campos quânticos, nas relações entre os seres vivos, que ele denominou de Campo Semântico. Também falava de um processo de interferência que ocorre no interior das sinapses cerebrais, um programa acumulado no interior do cérebro humano, que ele denominou, Monitor de Deflexão.
Hoje existem muitos estudos na área da consciência, justamente para mostrar que a consciência é um fenômeno quântico, que é sintetizado nos chamados microtúbulos dos nossos neurônios e não só nas sinapses, mas ainda num nível mais profundo. Esses microtúbulos funcionam de maneira especular.
Tudo o que eu estou falando aqui pode parecer para muitos, já em 2020, ficção científica, mas são pesquisas científicas, pelas quais vamos passear, pois são pesquisas concretas, reais, existentes e bastante divulgadas e conhecidas em todo o mundo.
A Ontopsicologia, apesar de ter iniciado dessa forma, a frente de seu tempo, sofreu também críticas pelas suas propostas muito avançadas. No final dos anos 90 foi finalmente reconhecida academicamente. Nesse sentido, houve uma grande contribuição da inteligência russa, aqui destaco alguns grandes personagens desse movimento na Universidade Estatal de São Petersburgo, onde passou a haver um curso de especialização em Ontopsicologia.
O Ivan Yuzvitchin, que era o físico nuclear russo, que foi um dos primeiros que compreendeu a importância da descoberta do Em Si Ôntico e todas as suas características, que é o núcleo informático que organiza, que sustenta, que coordena esta energia em movimento aberto que nós somos. Também destaco aqui o Victor Salik, vice-presidente da associação internacional de informatização, uma associação formada por mais de 15 mil cientistas de todo o mundo, Yuzvitchin é o pai da ciência da informação, é uma pessoa muito influente no mundo acadêmico e científico. Ludmila Verbitskaya era reitora da Universidade de São Petersburgo e Viktoria Dmitrieva, que muitos aqui conhecemos e que foi uma figura fundamental, em todo esse movimento de reconhecimento da Ontopsicologia no mundo acadêmico.
Quem está promovendo essas lives?
A Oriont é a associação fundada com o objetivo de trabalhar com o desenvolvimento humano utilizando como principal ferramenta a Ontopsicologia.
Temos três grandes princípios na Oriont:
1) Ciência. Pesquisa pura, aplicada, os avanços teóricos e metodológicos, pesquisas empíricas que deem continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Professor Antonio Meneghetti, a grande mente por trás da Ontopsicologia.
2) Conhecimento. O estudo e junto dele a prática, que é extremamente importante, ou seja, a aplicação dos instrumentos da Ontopsicologia. Esses dois aspectos devem andar juntos necessariamente. Não existe teoria sem prática, não existe Ontopsicologia se não unirmos o conhecimento teórico à aplicação prática. Justamente por isso que Meneghetti documentou tudo em seus livros, seus manuais de forma muito didática, para que a gente pudesse, de fato, aplicar.
3) Luz. O último grande princípio é a luz, porque tudo isso tem que estar a serviço do ser humano. Precisa trazer evolução para o ser humano para que ele possa manter a luz acesa, no sentido de que ele seja continuamente criativo. Luz é a vitalidade, então quando se aplica esse conhecimento, gera-se mais vitalidade, mais luz e nesse sentido a ciência é função para a vida.
Do grego Ώρίωѵ (orion, orionte), significa confins, as fronteiras. Então a associação trabalha como um portal que busca o desenvolvimento humano, buscando avançar, continuar evoluindo e expandir até as fronteiras últimas da consciência. Existem outros significados por trás, tem a constelação de Orion, que tem um significado muito importante para a história da humanidade, para o antigo Egito. A sigla também em italiano significa Organizzazione di Ricerca Interdisciplinare in Ontopsicologia, ou seja, Organização de pesquisa interdisciplinar em Ontopsicologia. É uma sigla que conseguimos encontrar uma série de sentidos.
Mas como fazemos para desenvolver o potencial criativo e intuitivo do ser humano?
Existem três níveis de formação e nós da Oriont reforçamos esses três níveis.
1) Ontopsicologia elementar. Trata-se de um ciclo básico, a pessoa está entrando, está conhecendo e é indispensável que ela comece do zero, com calma, aprendendo os primeiros conceitos que estão no Manual de Ontopsicologia como livro básico. Isso vai ajudar ela a desenvolver um exercício contínuo, uma metanóia individual e compreender o critério organísmico. Metanóia significa uma mudança de mente. Não é uma lavagem cerebral, atenção. Trata-se de uma mudança no sentido de que a consciência e a mentalidade daquele ser humano passará a refletir mais a luz do seu critério de natureza, ou seja, de uma forma mais vital. O curso básico servirá para atingir uma gestão tranquila dos conhecimentos e um tirocínio individual, a metanóia, que é indispensável.
2) O segundo nível de formação é para quem já superou o nível elementar. São as pessoas que já estudaram e aplicaram, mas também, a pessoa que aplica vai conseguir gradualmente aplicar os instrumentos de análise e de intervenção de Ontopsicologia. Sempre no seu campo, economia, medicina, arte, etc. Aqui podemos evidenciar que a Ontopsicologia, no interior de uma ciência, vai indicar algumas passagens importantes de evolução. Eventualmente os empresários terão insights sobre como fazer seu negócio crescer. Os artistas, os cientistas, na medicina, etc. São passagens bem simples que nos fazem ter evidência do mundo da vida ali.
3) O terceiro nível, após passar pelo nível básico, já consegue aplicar no dia-a-dia os instrumentos de análise e intervenção, você começa a se desenvolver de uma forma criativa, aí é para poucos, é um nível muito individual e não coletivo. Um profissional que já tem o conhecimento, que já iniciou o próprio tirocínio, a sua própria metanóia, busca conhecimento específico, avançado, satisfação pessoal, tem escopo de liderança e de prazer. Esse é o formato preferido pelo Professor Meneghetti e também pela Oriont, para a formação nesse nível, que é o Residence, também seminários, viagens, lugares específicos da humanidade, começa a se indagar por coisas também superiores e você volta a um estilo de vida para a liderança, para o prazer, para o conhecimento. Então são para aqueles que querem mais.
Cada um se sente chamado de modo diferente, pela Ontopsicologia, alguns querem ficar no nível básico, outros começam a se indagar e aplicar isso na própria vida, que é necessário muita coragem, pois a metanóia não é uma coisa simples. E depois num nível mais elevado para aqueles poucos que querem pagar o preço existencial, porque existe uma responsabilidade, o escopo é de liderança e serviço. A vida dá muito para quem quer muito e está disposto a pagar o preço. Então as pessoas que querem formações diferenciadas e específicas, pessoas que buscam a saúde, podem estar estudando conosco na Oriont, pois esse é o nosso objetivo, fazer essa troca.
Quero fazer uma constatação, antes de passar para o conteúdo propriamente dito, que de fato, muito importante, um fenômeno, que viemos observando na Oriont, uma coisa muito rica e gratificante, na medida que viemos desenvolvendo a nossa missão. Acredito que a força, as situações que vão muito além de todas as instituições, aqui estamos diante de um grande movimento de pensamento que tocou o coração de tantas pessoas.
A vontade e o desejo de Meneghetti é que nós pegássemos aquela parte que mais amou e mais gostou e que pudéssemos desenvolver, ele falou isso explicitamente semanas antes de falecer. Então o que eu quero dizer é que lá nas nossas profundidades mais recônditas, embora possamos atuar em instituições diferentes ou também formações diferentes, as vezes formas de pensar e atuar diferenciadas, existem pontos que nos colocam em comum, pontos de conexão muito forte que é o interesse por esse conhecimento que é tão fantástico.
Definição de Ontopsicologia – Aula 01 Série 40 Lições de Ontopsicologia Elementar
Utilizamos como base uma síntese, que está na primeira página do Manual de Ontopsicologia (2010). Logo na primeira página já temos uma série de questões que nos fazem refletir muito. Por exemplo, no mesmo parágrafo ele fala sobre a psicologia contemporânea, depois fala da psicologia humanista existencial, da psicanálise e da física nuclear com as vetorialidades subatômicas. Tudo isso é complexo mas vamos procurar entender como ele coloca tudo isso junto para chegar a essa definição inicial de Ontopsicologia.
Temos a seguinte explicação:
“A Ontopsicologia é a mais recente entre as ciências contemporâneas que tem por objeto a análise da atividade psíquica”
“No âmbito das correntes modernas da psicologia contemporânea, inscreve-se no filão da psicologia humanista-existencial, mas pressupõe integralmente a perspicaz pesquisa da psicanálise ortodoxa e os comportamentos da física nuclear em relação aos módulos complementares da física subatômicas. O termo vetorialidade é o determinante que especifica a hipótese e o fazer-se de um efeito“.
Na primeira frase, a psique é entendida por mente, espírito, alma, no sentido laico, nunca religioso. Ela é transcendente pois está no sujeito e ao mesmo tempo não está, mas se vê por meio dos efeitos, existe uma certa evidência, é um invisível que está ali. Então a psique é uma intencionalidade que tem uma forma e está sempre em evolução e em atividade nesse mundo, na existência.
Segundo a Ontopsicologia, a psique intenciona uma forma e ela vai projetar essa forma, ela intenciona por imagens, ou seja, ela é colhida por um ser humanos por meio dessas imagens e nessas imagens que estão acontecendo essas variações energéticas, então eu impacto algo e esse impacto é vivido dentro o meu corpo vivo e se eu não colho aquele impacto, naquele momento ele me vem por meio de uma imagem, se não no momento específico, depois no sonho. Ou se eu não colho a imagem, eu vou sofrer psicossomaticamente, mas de todo modo, as interações subatômicas estão acontecendo, quer eu queira, quer eu goste ou não.
A atividade psíquica é então a potência formalizante, que vai remeter o significado de uma unidade de ação. O ser humano está em constante interação com as coisas que o tocam e ele é uma unidade de ação. O ideal seria que fôssemos reflexo imediato das situações que a gente impacta. impactamos uma situação e sabemos exatamente a forma como a situação nos impactou e conseguimos refletir de modo transparente. Acontece que o ser humano tem uma cisão, e não acontece como uma evidência pura. Mais adiante entenderemos a razão.
Para ficar claro para todos, quando ele posiciona a Ontopsicologia como ciência da atividade psíquica ele está distinguindo a Ontopsicologia da Psicologia, que vai estudar os fenômenos que são os comportamentos, emoções, etc. A atividade psíquica é a radicalidade que depois produz, ou seja, é a raíz, a intenção primeira que depois produz toda a fenomenologia que consideramos comportamento, pensamento, etc. e o desdobrar-se, o desenvolver-se da atividade psíquica, na forma humana, se dá por meio das imagens. Vamos ter uma aula que trataremos especificamente sobre imagem, os níveis de imagem que existem para que possamos entender essa imagem de uma maneira mais radical e profunda.
Continuando: “No âmbito das correntes modernas da psicologia contemporânea, inscreve-se no filão da psicologia humanista-existencial, mas pressupõe integralmente a perspicaz pesquisa da psicanálise ortodoxa e os comportamentos da física nuclear em relação aos módulos complementares das vetorialidades subatômicas. O termo vetorialidade é o determinante que especifica a hipótese e o fazer-se de um efeito”.
O Professor Meneghetti passou por uma formação muito vasta, muito ampla e atuou como professor universitário junto a universidade de São Tomás de Aquino, em Roma, na década de 70, 73 e ali ele ministrava as disciplinas de psicologia, psicoterapia e ontopsicologia e ele formaliza o pensamento no primeiro livro: Ontopsicologia do Homem. Nessa época, esse livro era o material didático dessas disciplinas. Ali ele inaugurou os primeiros cursos de formação, a psicanálise e psicoterapia Rogeriana, na mesma universidade, então ele viveu, estudou a fundo, tanto a psicanálise quanto a psicologia existencial-humanista e passou adiante esses conhecimentos também.
O termo Ontopsicologia surgiu pela primeira vez no livro de Maslow, na década de 56, a introdução à psicologia do ser. O livro foi elaborado com base na reunião privada do Rogers, Rollo May, Maslow e Sutich e outros pensadores, em Paris. Eles eram psicólogos da corrente existencial humanista, que era a terceira força da psicologia. Eles defendiam a necessidade da existência de uma quarta força da psicologia, que seria ainda mais transpessoal, ainda mais elevada, mais transumana, que seria sentada também no cosmos, além dos interesses humanos. Aqui eles remetem a transcendência.
Veja como os caras da tecnologia da subcultura digital se apropriam dos termos, nesse período havia a ideia do transpessoal, do transumano, que vai além disso, aí os caras se apropriam dessa terminologia, que é humanista, para colocar um chip no cérebro do camarada. Isso é terrível, efetivamente a associação indébita de grandes termos da cultura humanista.
A proposta da Ontopsicologia voltada para uma psicologia do eu autêntico, deveria ser plenamente desenvolvida nos seus modos de ser. O novo nome foi sugerido por Shutich é uma união do onto, remetendo ao ser e psicologia à lógica da psique do ser humano. A Psicanálise, tem o grande Freud que investiga o inconsciente. Estamos falando de uma pessoa que desde criança mantinha um diário de sonhos. Ele sempre se questionou sobre o inconsciente, sobre os sonhos e depois trabalhou, uma época com hipnose, que também era uma revolução naquele período. Desenvolveu uma série de livros didáticos, uma série de materiais muito ricos e a psicanálise, podemos chamá-la de psicologia do inconsciente.
Meneghetti descreve que a Ontopsicologia é uma corrente moderna que vai resultar do processo contínuo que a psicanálise alcançou investigando o inconsciente. Ele inclusive, convalida em seus livros, alguns conceitos importantes de Freud, de Jung e de Adler. O Freud tem o id, o ego, superego, a pulsão de vida, a pulsão de morte, o deslocamento, o investimento objetal, a questão da neurose, angústia, os mecanismos de defesa, a remoção, as projeções, a sublimação, as formações reativas, fase oral, fase anal, fase fálica. Depois toda a questão da associação a respeito do sonho no setting de psicanálise. A associação flutuante, onde fazendo uma analogia consegue-se ler o campo semântico, porque é necessário que o sistema parassimpático prevaleça, ou seja, a pessoa precisa estar relaxada. Existe uma postura clínica que vem da psicanálise.
Jung tem os arquétipos, o inconsciente individual e o inconsciente coletivo, os complexos, a persona, ânimos, anima, self.
Adler desenvolveu a psicologia da genitura, ele era muito próximo de Freud, participava de reuniões privadas ali, enfim. E todos os manuais de sonho de Guthrie e outros.
Continuando no texto: “Pressupõe as relações de campo previstas pela física nuclear”. Aqui vai bem de encontro com a pesquisa do Erico Azevedo. Vamos ler novamente a frase, porque, imaginem, isso foi escrito lá pelos anos 70. Então ele diz assim:
“pressupõe a pesquisa da psicanálise ortodoxa mas também pressupõe comportamentos da física nuclear em relação aos módulos complementares das vetorialidades subatômicas”.
Na época que Meneghetti escreveu isso, ninguém falava de entrelaçamento quântico, entrelaçamento subatômico, entrelaçamento de fótons e assim sucessivamente. A ideia de que a energia possa causar efeitos à distância, hoje já é utilizada como ciência dada, como ciência prática, ou seja, enquanto estamos aqui discutindo se existe o campo semântico China, já se construíram as primeiras redes de internet instantânea baseadas nos módulos complementares das vetorialidades subatômicas. Que podemos chamar hoje, muito tranquilamente, de entrelaçamento quântico, ou seja, qualquer distância, uma estrutura subtatômica, pode sofrer a interferência de uma estrutura complementar, que seja congêne.
Portanto aqui, modos complementares, para dar um exemplo absolutamente banal, suponhamos que você esteja com fome, não preciso dizer que dentro de você ocorrem uma série de mudanças, uma série de situações que começam a causar um certo desconforto. O estômago começa a se fazer presente, gradualmente isso pode chegar à consciência.
Normalmente vem assim, “nossa já é meio dia”, a gente faz de conta que se deu conta do horário e precisamos ir comer. A verdade é ao contrário, a gente começa a sentir o corpo chamando que a gente precisa, então, de alimento. Digamos o seguinte, que nessa situação, que você se encontra, portanto não é uma situação imaginária, é uma situação concreta da organização da sua energia. Você impacta uma realidade, por exemplo, o bom e velho exemplo. Uma maçã, ora existem vetorialidades subatômicas complementares a minha situação e a situação do que a maçã pode me prover, se complementam. O que acontece, então, com a minha estrutura? A minha estrutura sai da indiferença.
Vamos estudar todas as fases de formalização de campo semântico, é fundamental entender isso porque é lindo, é belíssimo, eu adoro essa parte. Então não vou falar hoje toda ela, mas vou só dar um briefing para vocês.
Essencialmente, então, tudo começa numa interação que não passa por campo magnético ou por campo elétrico, é essencialmente especular, é quântica. É antes da fenomenologia mensurável, do pós átomo, ou seja, as moléculas e coisas afins, ok? A primeira passagem é estrita passagem pura de informação, num campo de informação por meio do qual estamos todos interagindo. Estamos todos dentro desse grande mar que chamamos, na física, de universo. Uma vez que o meu corpo vivo sai da indiferença em relação ao objeto complementar, aqui no caso da maçã, começa, primeiro existe um efeito chamado polarização.
Meneghetti chama de polarização no livro. De fato, é o que acontece no entrelaçamento quântico, é um fenômeno de polarização. Os spins magnéticos dos átomos se polarizam, daí começam as primeiras ressonâncias emocionais, eu sinto um e formigamento, vamos supor, no meu estômago e começa uma primeira indicação, aquela informação então é sintetizada, passa obviamente pelo circuitos que nós temos excelentes circuitos locais e circuitos de síntese, nesse caso aparente.
Essas informações são então, sintetizadas, chegam por meio, no caso as informações organísmicas, por meio do nervo vago, nós temos aí todos os pares de nervos cranianos, da visão, da audição, do paladar, etc., e finalmente eu posso conscientizar que a maçã é o objeto que eu devo complementar, ou seja, módulos complementares das vetorialidades subatômicas. A minha vetorialidade, a minha posição está em complemento em relação a da maçã. Eu saio da indiferença e pode, ou não, aquela informação chegar a minha consciência. E quando ela chega na minha consciência, pasmem, os físicos dizem que houve então o colapso de ondas.
Ou seja, a teoria da medida, hoje na física, chega a esse nível, de dizer que uma medida só é realizada quando chega à consciência de alguém. É, portanto com isso aqui estamos encerrando, de certa forma, o desafio conceitual desse primeiro parágrafo e dá para entender, então, que se trata de uma teoria do conhecimento belíssima, que envolve todo conceito de energia dentro do universo, de uma maneira extremamente atual, para não dizer, ainda moderna.
Acho que todos vimos a etimologia, já muitas vezes, pelo menos os que começaram a estudar Ontopsicologia, já vimos, mas ela sempre traz alguma coisa nova. É curioso o ontos (on ontos) ser, real. Ontos também é sinônimo de verdade. É curioso que no grego não existe uma palavra específica para falar “verdade”. Filósofos contemporâneos dizem que o grego é uma língua perfeita para a filosofia porque ninguém conseguiu provar o que é a verdade. Existem vários teoremas matemáticos e tudo mais. Então esse ontos é o ser real.
Em termos contemporâneos poderemos entender que a gente vai ver que o real é a ação, o real é um quântico em ação. Um quântico em ação, o real, o ser. Então quando a gente fala ser não é metafísico, o ser é o que é a realidade. É energia semovente continuamente em ação. Psique, um termo clássico também, que significa alma, mente, psique. A psique como sopro de vida, entendido dessa forma.
Então a psique como essa capacidade, essa potência de projetar e fazer esses projetos, que são as intencionalidades, usando uma termologia Husserliana. Intencionalidade, portanto, constituintes, não de reflexão de consciência, constituintes, que fazem as coisas, produzem a realidade, daí psicossomática, produz o soma e por último logos, estudo, racionalidade. Poderíamos ler a racionalidade aplicada aos processos da mente em confronto com a realidade.
Tem uma definição de Ontopsicologia que eu gosto muito que é,
“o estudo dos comportamentos psíquicos em primeira atualidade inclusa a compreensão do ser”.
Com isso ele explica que fazer Ontospicologia significa que o momento reflexivo, a consciência: psique é capaz de refletir o momento ôntico ou o momento real. A palavra ontos é muito bonita, ele poderia se debruçar nela, que é o genitivo do particípio presente, que é uma coisa muito bonita, que significa que somos essentes, ela indica participação do nosso ser no ser geral. É uma participação continuada. Então não é assim, eu fui criado lá trás, não, eu estou sendo criado, eu estou continuamente nascendo aqui e agora. Esse é o estado de coisas, é assim que é feito o universo em termos energéticos.
Então Ontopsicologia, como disse no início, nunca se afasta da racionalidade e dos comportamentos elementares da energia, da matéria. Portanto a gente não deve nunca tirar os nossos pezinhos do chão achando que a Ontopsicologia é uma coisa de outro mundo, do além. Ela é muito concreta, muito racional, muito aplicada. Mas isso não significa obviamente uma redução materialista da vida, ok?
Então o último parágrafo de hoje. “Ontopsicologia é a análise do evento homem, do seu fato existencial e histórico. Indaga os formais e os processos que estruturam o concreto homem no iso de natureza que lhe é próprio. Individua os formais essenciais e os hipotéticos anexos fenomenológicos. Atitude, medo, instrumento, pesquisa, processo, experimentações, confronto, resultado, induções, verificações. São baseados em dois critérios: 1- Autenticidade do pesquisador, enquanto unidade de ação conforme o iso de natureza. 2- Identidade e funcionalidade crescentes do objeto-homem no mundo da vida. Um homem verdadeiro com resultados progressivos”.
Então o que ele quer dizer com o iso de natureza? O Professor identificou, observando as plantas e os animais, que eles eram sempre coerentes com as suas identidades. Ou seja, o animal, no momento que nasce até sua morte, ele vive pacífico na vida, ele procura o que é dele, ele jamais trai esse critério e observando o homem a gente vê que não é bem assim. O famoso o homem irresoluto, ele vive em contradição, nunca sabe o que fazer, com quem fazer, como fazer, tudo é difícil. Vive numa constante neurose. Diferente dos animais, que são sempre inteiros. As plantas, dificilmente você vai ver um animal chorando e em depressão por acaso, geralmente é para um mal real.
Então o ser humano vive essa constante contradição. E é difícil encontrar um homem que saiba exatamente o que fazer, porque fazer, que tenha evidência disso. O homem não possui uma subjetividade coerente e centrada na identidade dele. Essa unidade de ação, na verdade, não é uma unidade. O homem vive em confusão. Ele luta sempre com os instintos e a razão, é o famoso anjo e o diabo, que ficam falando no ouvido do homem.
Então, no momento que o Meneghetti isola um critério de natureza, ele consegue evidenciar, ele dá a direção da vida. Dentro do inconsciente. Esse critério é evidente e transcendente. Ele acontece ali na prática. Então por isso a necessidade da autenticidade do pesquisador. Ou seja, o pesquisador evidenciou esse critério, ele vive esse critério e ele é conforme essa lógica de natureza. É aquele esquema de conhecimento que falamos no início, você não pode saber sem ser.
Como eu posso indicar para o outro lá onde ele não está com fome, a lógica da natureza, o iso de natureza, as regras da vida se eu não estou autêntico, ou seja, se eu não estou dentro dessas regras. Então a primeira coisa, o primeiro critério elementar para fazer Ontopsicologia, é que eu, pesquisador preciso atingir essa bendita autenticidade. Eu atualizo a minha situação de onde eu parti, disperso, perdido, com uma consciência obscurecida, talvez por muitas coisas que caem como educação fixada, cultura, etc. até eu recuperar essa bendita informação da natureza em mim e ter essa reflexão tranquila, isso é requisito básico para o pesquisador, ou seja, para o ontopsicólogo.
O segundo critério, então, é a identidade e a funcionalidade crescentes do objeto-homem no mundo-da-vida e depois disso existe uma evolução. Ou seja, a pessoa que o ontopsicólogo ou aquele que aplica o método ontopsicológico atende deveria aumentar, sempre, a sua presença de identidade e funcionalidade em sua vida. Colhendo resultados concretos. Isso é fundamental, ou seja, a autenticidade do pesquisador e os resultados que são, então, obtidos.
Bom, então para a Ontopsicologia é necessário encontrar o equilíbrio dos instintos primários e depois os superiores.
Então, primeiro o homem tem a fome, tem a sede, tem a vontade de se mover e fazer as coisas que ele gosta, o básico. Identificar o que ele precisa comer, beber,que momento… certo?
Depois ele vê que ele está cansado, ele quer dormir mas ele não quer dormir em cima de uma pedra, ele quer um leito confortável, quer um espaço gostoso, uma decoração assim, assada. Ou seja, existe um requinte, é uma exigência que é da natureza, não é o acaso que existe essa necessidade. Não serve qualquer coisa.
Depois disso vai querer um convívio social, os amigos, o amor, as pessoas certas que vão trazer esse equilíbrio aos instintos, ou seja, geram vitalidade, amplificam aquele homem, aquela unidade de ação. Não é qualquer pessoa, não é qualquer amigo, não é qualquer contexto social. E depois, por último se chega a saber o que é, quem é, é necessário também entender eu aqui nesse planeta, quem eu sou, quanto eu tenho valor para os outros também, o quanto eu sou importante, ou seja, é preciso compensar a existência com realizações superiores, não basta seguir ali na norma, no ciclo biológico.
Sobre a questão dos instintos, que Meneghetti sempre indica, e quem tiver o dicionário pode dar uma olhada, os instintos são sempre sadios, são sempre direções da vida, são ordens de vida, ele coloca dessa forma. Existe então uma hierarquia, ou seja, eu realizo a base e depois eu preciso ir refinando. Ou seja, a vontade de realização e de expansão do meu ser, por exemplo, na sociedade, a minha vetorialidade como líder, por exemplo, é um instinto, é o resultado de um instinto. Isso é o Em Si ôntico que quer transformar o mundo e fazer história no mundo. Isso é instintivo. Então quando a gente fala instinto, em Ontopsicologia, eu sei que tem pessoas aqui da psicanálise, mas o instinto é visto diferente, como um conceito de ordem de vida sempre em todos os seus aspectos.
O que falamos aqui é basicamente a autenticidade do pesquisador como unidade de ação, ou seja, o iso de natureza e depois esse desenvolvimento do homem no mundo da vida, os resultados que são sempre progressivos.
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