PSICOSSOMÁTICA
Summer University of Ontopsychology, 1998
Antonio Meneghetti
Essa tarde farei duas referências práticas que contribuem a dar história viva, história prática a toda a teoria ontopsicológica.
Quero recordar que a teoria ontopsicológica nasceu integralmente, totalmente da prática clínica. Nenhuma das posições ontopsicológicas nasce de intuições, elaborações, deduções, aproximações, sínteses, ou seja, não nasce de eleborações instelectuais de um homem de vasta cultura ou ainda das minhas experiências com outros grandes.
No meu tempo havia Rogers, Viktor Frankl, Musati, Laing, o francês, Lacan, e esses eram os meus mestres correntes, que frequentei ao vivo. Quero dizer a Ontopsicologia não nasce nem mesmo a partir desse encontros, dessas experiências vivas, ou mesmo das observações de como eles tratavam o sintoma, a neurose.
Toda a teoria ontopsicológica nasce do vivo bem sucedido de experiência, de impacto clínico, portanto, de fatos realizados. Na realidade, recordo que por cinco anos eu primeiro operei, depois, após cinco anos, comecei a teorizar o que eu fazia no interior da prática clínica, nos diversos campos, nas diversas aplicações, porque as centenas de pessoas que via eram um extrato completo da sociedade humana. Havia o esquizofrênico, havia o delinquente, mas havia também o genial, havia também o grande professor, o grande juiz, havia também o grande escritor, havia a belíssima atriz, havia o grande regista, haviam os grandes homens de teatro, havia a fina flor da representação como cultura, arte, espetáculo, jornalismo, mas de altíssimo nível. Personagens líderes, dos quais hoje o mundo faz o altar, a glória, mas nos meus tempos, nos anos 60’s, haviam tantos mitos, mitos em carne e osso.
Bem, a minha experiência clínica era acerca do vivo dessa sociedade, o mundo da celulóide, o mundo do set, o mundo do teatro, o grande mundo do dinheiro, o grande mundo da magia, o grande mundo da massonaria, o grande mundo dos cientistas que trabalhavam para preparar uma outra civilização. Portanto, o grande mundo da magistratura, o grande mundo de tudo o que é mundo legal, o mundo do cárcere. Acredito que seja fundamental, que um homem inteligente, um homem de ciência, se teve uma experiência viva, viva como dormir com essas pessoas, comer com eles, quiçá fazer até amor com eles.
Ou seja, não um encontro, como uma entrevista, mas uma vida vivida no interior das experiências dessas pessoas. O homem que escreveu a teoria da Ontopsicologia tinha uma cotidiana, noturna experiência do pequeno doente, do pequeno operário, mas também do grande homem que dava, que assinalava a cultura, a imagem daquele tempo. Bem, por que chamo a atenção para isso? Qual é o escopo?
Para chamar a atenção a duas experiências fundamentais que gostaria um pouco de abrir esta tarde experiências que qualquer um de vocês pode reconhecer, pode identificar. O mundo da psique, o mundo da atividade psíquica, que, concretamente, é a formalização do que é mente, pensamento, causalidade pura. Mas essa causalidade, quando é vista, quando é assinalada, quando é lida, quando é imaginada, já é fenômeno, já é “depois” mas em princípio é invisível, invisível aos sentidos, mas é real à evidência. Todo homem de normal inteligência pode entrar nesse mundo que é a realidade das realidades.
É invisível porque fomos mal educados, fomos educados de modo grosseiro, de modo apenas externo. Quando, por exemplo, você vão ao cinema, e assistem filmes de terror, filmes de magia, filmes de paranormal, filmes de espíritos, todos vocês ficam impressionados, se o filme é bem feito. Mas porque vocês ficam impressionados? Porque há alguma coisa que é igual em cada um de nós.
Ou seja, é um real, do qual não temos cultura, não temos racionalidade, mas de todo modo se move. age em torno a nós e age dentro de nós. Quando os grandes sábios da China educavam seus imperadores para governar o mundo, para governar o povo, o máximo nível da sabedoria era aquele de compreender o “genius loci”, ou seja, o grande potente devia entrar na ordem do invisível para compreender a ordem, a estrutura, a função que devia dar ao problema histórico, político, econômico.
Hoje, quem sabe identificar a sabedoria ou a inteligência dos lugares? Por exemplo, ainda, nós todos tivemos uma cultura repressiva: todos iguais, todos estúpidos, todos massa, mesmo no interior, por exemplo, da psicologia do “tovarishch”, ou também no interior da psicologia do “tudo bem” brasileiro, ou do comunista italiano, mas eu, no interior de um movimento, porque não posso ser Stalin? Por que não posso ser Mu? Se sou capaz. Ou seja, por que não posso chegar a uma mentalidade de líder, chefe, sem mudar o sistema? A passagem parece absurdo, esse que fiz, ao invés disso é simples.
Quando faço a análise de uma pessoa, por que está mal? Por que é pobre? Por que trabalhar sempre e não tem uma casa? Por que todo dia trabalha 8-10 horas e é sempre pobre? Porque é estúpido, porque é infantil, porque é preguiçoso, porque não quer evolução. Ou seja, não usa a normal inteligente do crescimento.
Aquele sujeito é sempre pobre, é sempre doente, não porque não há meios na sociedade, mas porque aquele indivíduo tem estereótipos, ou seja, tem condicionamentos mentais, psicológicos, que não dependem da sociedade ou do sistema, dependem da sua impostação, do seu interior estilo de vida. Hoje vocês falaram de psicossomática, quero lhes dar a experiência que na história, na vida individual de cada um de nós, tudo é psicossomática.
Como se conduz uma empresa, como se constrói um amor, como se constrói uma doença, como se constrói uma vantagem, como se constrói uma promoção como se constrói uma riqueza, tudo é psicossomático. Ou seja, a partir da impostação da sua atitude psicológica, como encontre a vida, como encontre a mulher, como encontre o homem, como encontre o amigo, como escolhe as ligações telefônicas, como escolhe o modo de vestir-se, como escolhe os restaurantes.
A partir daquele modo, que é exclusivo, interior, determina-se, efetua-se depois, imediatamente, a realidade. A realidade da carteira, a realidade do banco, a realidade das amizades, a realidade cultural, a realidade das relações. Quero recordar que todos os grandes homens da história, em qualquer campo, todos nasceram pobres, sem casa e sem família. Pobres, sem casa e sem família, todos os grandes homens da história. Construiram com a sua iniciativa, dia a dia, momento a momento, escolhendo quais companheiros, quais jogos, quais escolas, depois quais professores, quais patrões, qual tipo de trabalho, ou seja, a cada dia, escolheram ir adiante, com risco, com perigo.
Quando nós nos lamentamos de algo, é psicossomática. Ou seja, aquele invisível, aquela atividade psíquica, aquele nosso individual Em Si ôntico, e Eu lógico histórico, fazem a realidade do meu corpo, do meu estado social, do meu valor de pessoa social.
Repito, insisto em dizer, que jamais encontrei uma só pessoa que tivesse uma permanente desgraça, uma permanente má sorte, e que essa permanente má sorte fosse culpa de outros, era só ele o mandante, o decidente, o formalizante. Por isso, sempre que houver alguma coisa que não lhes agrada, investiguem a si mesmos, investiguem, busquem, analisem o princípio em si mesmos.
Quando nós fazemos a análise do sonho, o sonho sempre acusa, em toda doença, em toda desgraça, o sonho sempre acusa um comportamento, uma atitude, uma escolha do sujeito, sempre. Mesmo que inconsciente, mesmo que oculta, mesmo que de modo ignorante, nós vivemos essa realidade de modo ignorante, porém somos nós os individuais patrões e, portanto, os responsáveis.
Devemos redescobrir que o invisível, aqui e agora, sou eu. o invisível sou eu, não eu, Antonio Meneghetti, ou seja, eu homem, eu pessoa, sempre sou constantemente invisível e físico. E as regras começam no invisível. O Em Si ôntico é o invisível, o complexo é o invisível, os meus hábitos, as minhas necessidades, elas são o invisível. A psicossomática é uma realidade existencial, é uma realidade que não podemos parar, ou vamos bem, ou vamos mal. ou produzimos bem, ou produzimos mal, não podemos permanecer neutros, não podemos permanecer iguais, a existência caminha, caminha.
Recordam aquele ditado “Ninguém pode por os pés duas vezes na mesma água”? Nós somos isso, a cada momento, constantemente, somos sempre psicossomática, somos ação que está efetuando. Alguém pode dizer: ah, mas eu estou num jantar com meu amigo eu estou tão bem com a minha amiga eu essa noite vou jantar com minha mãe eu falo com o meu sacerdote, ou meu psicanalista, ele pensa. Senhores, nós somos imersos na energia invisível, viva e semovente. Ou pegamos, ou somos tomados ou avançamos, ou regredimos regredimos de modo físico, concreto, histórico de mil modos, de mil maneiras, em mil aspectos, a psicossomática é intrínseca ao nosso ato de existir.
Justamente porque tudo é psicossomática, não é aquela pequena parte que em Medicina se leva adiante: a empresa, a conta no banco, a gestão empresarial, a gestão política, a gestão econômica familiar, é sempre psicossomática. Ou seja, eu ganho aquele dinheiro, e ganho só se sou realizado, se sou capaz. Para o método ontopsicológico, usar essa análise em um doente ou em uma empresa, é perfeitamente igual. Porque a empresa, o empreendimento é o somático da intencionalidade do líder, do patrão, do diretor, do administrador.
O resultado da empresa é o somático da intencionalidade consciente ou inconsciente, do responsável, se é um, dois, se é uma família, ou seja, o resultado de uma empresa é sempre o efeito do ou dos dirigentes, daqueles que intencionam. Pode ser a família, pode ser um chefe, é indiferente quem é. A empresa acusa o chefe. Então, quando nós passamos da análise do corpo do doente, passamos essa análise no momento da economia, o avançar ou o regredir da economia, é exatamente como o avanço ou a regressão da saúde em um corpo, é igual, não tem nenhuma diferença.
Vocês sabem que a hierarquia, como o Em Si ôntico no sonho gere, essa economia em primeiro lugar põe a saúde, porque se não tenho a saúde, não existo portanto, o problema médico é fundamental, o corpo é o primeiro utensílio, o corpo é a primeira palavra da alma, o corpo é a primeira estrutura do invisível, que sou eu. Portanto, primeiro, existir, segundo, o sonho assinala imediatamente, depois da saúde do copor, assinala a posição de vantagem ou desvantagem do Eu lógico histórico, ou seja, eu, como pessoa, quanto valho? Se posso ter estima de mim mesmo, estou me movendo bem no jogo da vida?
Portanto, superado o erro biológico, vai-se à análise do comportamento do sujeito, do comportamento da pessoa, do comportamento do indivíduo, ou seja, o indivíduo, o jogador, que sou eu, estou jogando bem? Se joga bem ou joga mal, este é o segundo momento. Na hipótese que vá bem o primeiro, que vá bem o segundo, então chega o terceiro, então o Em Si ôntico dá o sinal sobre a empresa, sobre o sucesso, sobre os avanços, sobre a escolha política, sobre a escolha cultural, sobre a escolha do sócio, sobre a escolha do banco, sobre a escolha do local, sobre a escolha dos móveis, ou seja, não pode pretender que se é doente, tem um tumor, tem AIDS, tem um complexo que constela, predomina sobre toda a sua personalidade, não pode pretender saber o que se pode fazer.
Não, você está cego, não vê, está doente portanto, não se pode fazer análise de empresa quando você ainda precisa resolver o primeiro problema, biológico, depois deve ter resolvido o problema que você sabe jogar, ou seja, sabe jogar o futebol da vida, depois entrará em campo, como se vence o adversário.
Portanto, o Em Si ôntico dá a sinalética de como se conduz o negócio com ganho, com vantagem, depois que você deu ordem aos dois primeiros. Então quando a empresa tem um chefe que está doente, que não funciona, naquele caso, a primeira coisa a fazer, é aconselhar de retirá-lo e por um administrador, um técnico, alguém que ganha dinheiro apenas se faz ganhar primeiro a empresa, portanto um técnico externo que possui a objetividade da estratégia econômico-empresarial.
Então, a adaptação da Ontopsicologia ao esquema dos líderes, se entenderam bem, é conseuencial, é normal. Tudo é psicossomática, e quando alguém perde, é apenas porque errou, errou. Porque um dos conceitos básicos do Em Si ôntico de todo homem é que possui a infalibilidade de natureza de modo biológico, físico. Quando escolhe, identificou a si mesmo: Eu sou ali. Tudo é psicossomática. Então quando nós analisamos os nossos problemas, permanecendo estranhos, ou seja, olhamos o problema excluindo nós mesmos, somos estúpidos, somos estúpidos porque falta o chefe, falta o primeiro, falta a causalidade primeira, então se quisermos ser egoistas com sucesso vistos os efeitos, busquemos a causa, que é em nós.
Porque escolhemos o amigo, a amiga, as habituais situações que estão no livro, a Etiologia Plurifatorial da Neurose e Esquizofrenia. Porque “neurose”, podemos entendê-la também em sentido econômico. Berlusconi, por exemplo, na Itália, está em uma fase neurótica já em política. Neurose, o que é? É quando o órgão, tomemos um exemplo biológico, exemplo médico, o órgão se move, organicamente é intacto, mas não exerce a função de sucesso. ou seja, o estômago organicamente está bem, mas não digere, não faz a metabolização.
Portanto, a neurose é um movimento sem função, não dá o efeito pelo qual foi feito, a neurose é quando um órgão, a vida, um indivíduo faz, age, mas age ao vazio, não dá, não se move pelo resultado previsto, específico. Move-se, mas não pega.
Levemos esse exemplo em política: um homem que trabalha, como no nosso caso de Berlusconi, para os amigos chineses, é um grande chefe político italiano. Está sempre ali, para frente e para trás, está sempre ali, sempre em uma mediocridade constante, mas jamais avança, jamais pega o comando, o sucesso. A meu ver é uma questão da sua inteligência, é ele que não funciona, que em um certo momento tem uma neurose. O fato que esteja a criticar os erros dos outros, mas os outros cometem sempre erros, é normal, mas um líder não deve jamais perder tempo a criticar os erros dos outros.
O verdadeiro líder é aquele que caminha tão logo encontre alguma oportunidade, encontra uma possibilidade, uma ocasião, caminha, vai adiante, realiza a sua estrada. não para para criticar os amigos, as amigas, o que faz aquele, não importa. O lider toma sempre a sua estrada, conforme se dão as ocasiões históricas. Para dizer ainda a nós italianos, toda a nossa política, de dez anos para cá, é neurótica, ou seja, vive estabilizada mas não vai adiante. Naturalmente, se fizéssemos a análise dos líderes em políticas, veríamos que existem causalidades psicológicas.
Não são causalidades de mercado, não são causalidades de oposição, causalidades de inteferências de mercado estrangeiro, de influências ideológicas de outros povos: isso existe sempre! Mas sempre há outros povos, outros mercados, há a concorrência, as ideologias, isso existe sempre… Um líder seleciona o seu ponto e caminha, caminha.
Não é difícil, não é difícil. Senhores, não é difícil realizar a própria fortuna. Não é difícil.
Aquilo que mais me surpreendeu, não queria dizer que me chocou, é quando compreendi que é fácil, para todo homem, realizar a sua fortuna, a sua fortuna, segundo a proporção de si mesmo, é fácil, é tudo já pronto, basta usá-lo. Eu descobri que é preciso muita dificuldade para construir a própria doença, a própria desgraça. É preciso justamente um erro constante, um erro repetido, querido, escolhido, ou seja, ao final descobri que a natureza faz os homens bons e egoistas depois os homens se conduzem sem egoismo, não têm a inteligência do egoismo de natureza, perderam a lógica, a especificidade do egoismo natural, que ao contrário, a natureza dá em abundância como força, como leadership.
Ou seja, é fácil realizar a própria fortuna, se segue a norma, se segue a média, se segue a mediocridade da natureza. Para realizar a própria fortuna, o próprio bem estar, basta seguir a média, a mediocridade de natureza, não a mediocridade social. Não é difícil. Ser um líder? Requer um preço, além de dote e potencial, é preciso escolhas particulares, um pouco de tantas coisas extraordinárias e também um belo tanto de ocasiões históricas.
Senhores, as coisas estão assim. Vocês podem dizer o que quiserem, reitero, dada a experiência clínica, dada a experiência de tantas coisas, jamais ter encontrado uma só exceção. para poder dizer que um homem está mal porque sempre teve má sorte. Não, o homem, o indivíduo é ele mesmo que constrói, dia após dia, o estereótipo da própria frustração. Não o faz de propósito, não sabe, certo, é inconsciente, certo.
Retorna o conceito da díade, a matriz reflexa, a seleção temática, você vive escolhendo constantemente o modo do seu limite, o modo do seu erro. Repito o que disse que, inevitavelmente, o modo da nossa existência é psicossomática, ou seja, mesmo que não queira, você é psicossomático, constrói realidade física ou em um modo, ou contra si, ou a seu favor. Não se pode ficar fora do jogo. Quando, por exemplo, eu analisava a vida de religiosos, de todos aqueles que dão a própria vida ao Senhor, segundo a sua religião, notava que o sistema base da vida não funciona.
Portanto, a infelicidade, a angústia, o sacrifício, uma espécie de masoquismo, um constante masoquismo exaltado na ideologia na ideia que se acredita ser vencedora. É como aquele soldado que, ao invés de vencer, vai à guerra para morrer por sua bandeira, não vai para vencer. E isso, desse terrível jogo da psicossomática, não somos salvos por nenhuma ideia, por nenhuma religião, por nenhuma filosofia, é a realidade física das leis do universo.
Segundo aspecto dessa psicossomática: aqui é o ponto, é o problema para ver o invisível, você deve ser invisível, você deve saber a si mesmo invisível.
Se, por exemplo, você me pergunta: “Mas o que é a alma?” Eu digo: “Não há nada que possa ser feito.” Ou seja, se você me pergunta o que é o Em Si ôntico, o que é a sua intimidade, como é feita, o que é, compreendo que você não é o senhor da sua invisibilidade, da sua atividade psíquica. Ou seja, você está cego, surdo, não é vivente no interior da sua realidade natural. Então ocorre que você, não vendo, não tendo a experiência, não tendo a evidência da sua invisibilidade, da sua causalidade psíquica, da sua atividade espiritual, intelectual, não tendo evidência, experiência disso, por consequência, não pode prever, não pode antecipar a si mesmo, não pode regular o curso da sua vida, ou seja, vive como objeto de um automatismo que vai por sua própria conta.
Quando, por exemplo, vocês sonham com a velha cidade, os velhos amigos, os velhos genitores, o velho passado, significa que são ainda aqueles, a mentalidade deles que está andando adiante. A partir do momento que não sabe, você é objeto estúpido de si mesmo, da sua realidade. Para chegar a ver o invisível, a psiquicidade, você deve retornar, deve fazer-se até a evidência do invisível: a metanóia. É a mesma coisa: ver e ser. Não pode ver se não é, e não é se não vê. Os homens são estúpidos porque creem que o invisível seja algo que está lá. Eu? O que tenho a ver com isso? Estou sempre bem! É a vida que não funciona, é a sociedade que vai mal, são os outros que não entendem. Eu sou perfeito… em suma… Nós salvamos sempre, gratuitamente, a nossa estupidez como forma genial.
Portanto, quanto mais analisamos as nossas dificuldades, partindo do externo de nós mesmos, mais nos afogamos, mais nos destruimos. A análise ontopsicológica, agora que encontrou como se pode fazer a passagem, ou seja, como retornar à fonte, retornar ao primeiro princípio, à causalidade psíquica, para depois enquadrar, regular qualquer situação, para compreender os ramos do campo semântico, que muda continuamente, para compreender o efeito rede, o mundo do invisível.
Posso fazer um gráfico, é muito estúpido, mas talvez possa dar uma ideia. Aqui suponhamos que haja um fosso, uma cavidade, aqui uma faca, um punhal, aqui uma espécie de monstro, aqui uma espécie de animal, um instinto animal etc. Se alguém quiser controlar, ou ainda, aqui tem o meu trabalho, aqui poderia estar a minha família, meu filho que está mal, não sei. Tudo isso não é real.
Poderia trazer para vocês a experiência de tantos, eu lhes trago, conheço bem a minha experiência, eu nunca olho, não messo jamais a desgraça externa, É como um quadro, um quadro de onde partem as ordens, de onde se estruturam as intencionalidades, as volitividades do inconsciente, os impulsos, as pulsões. Esses fatos existem na medida em que são intencionados, ordenados, desencadeados pelo quadro psíquico. Ou seja, de todo uma ordem, um esquema que faz parte do mundo invisível.
Quando, por exemplo, vejo uma pessoa que está mal, ou está em desgraça, vê-se muita matéria, vê-se muito escuro, vê-se muito pesado. Quando, ao contrário, vejo uma pessoa que está bem, que está em harmonia consigo mesma, vê-se o invisível, vê-se luz, não é luz, é uma presença que é luminosa no interior de si mesma, é uma presença que é luminosa no interior de si mesma. Luminosa sem fazer luz, como fazem luz essas lâmpadas, Colhe-se a inteligência da luz. Existe esse outro mundo, senhores, e o temos tudos.
A hiper presença do Em Si ôntico em uma pessoa, dá uma transparência da causalidade, aquela pessoa é o poder, é o milagre, é o extraordinário, ele, ela, onde quer que vá, age o milagre, e quando se encontra essa pessoa, não se vê o corpo, sim, claro, sei que tem um corpo, mas semanticamente se sente um grande espaço onde se pode dançar, existir em um êxtase sem fim. Eis o que é um Em Si ôntico, no plano histórico, eficiente, bem sucedido, de uma pessoa, de um ser humano. A doença, a desgraça, a má sorte, o não chegar, faz pressão, faz angústia, faz peso, faz tijolos, faz ferro, faz ferrugem, pesa tanto, é só matéria, matéria sem dinâmica.
Tudo isso não é uma fantasia, estou lhes dizendo como um verdadeiro cientista mensura a realidade do campo psíquico. Naturalmente, ele primeiro se torna invisível, retorna ao pleno, à raiz do próprio Em Si ôntico, e do seu Em Si ôntico vê o Em Si ôntico de todas as coisas. Mas sem ser um vidente, um mago, não interessa isso, é simplesmente eficiente, belo, e ele deve dar, fazer sempre mais, deve agir como a criatividade contínua da vida. Então eu lhes digo: se são egoistas, se são inteligentes, se quiserem, é contemporâneo, metanóia e ver, porque quando eu quero compreender a minha vida, não há instrumentos, eu sou o instrumento, eu devo ser exato, instrumento e realidade são a mesma coisa, eu sou instrumento e eu sou realidade.
Portanto, não posso ter comportamentos que lesionam, que fazem patologia eu não tenho, mesmo sendo livre, não tenho a liberdade de mudar a minha causalidade. Então, tudo é inevitavelmente psicossomático, não há nada que se possa fazer, tudo é psicossomático. Se quiserem ver esta causalidade, que depois se torna muro, que depois se torna janela, vejam essa janela, ou vejam esse quadro, ou vejam esses desenhos, no início, partem de uma causalidade psíquica, de um nada imaginário, mas depois se tornam dimensões, tornam-se concreto, Isto é simples, até um certo momento, porém, há uma atividade em nós, que age sem nós. O inconsciente, os complexos, que se nutrem, o complexo se nutre dos nossos erros, certifica-se, estrutura-se, fixa-se, faz o rigidismo dos estereótipos de cada dia. Mas se alguém me diz: “Mas e eu, como faço?” Ser ou não ser, ou seja, quer ou não quer?
Não é que podemos servir a dois senhores.
Se quer o esclarecimento, saber como estão as coisas, para depois mudá-las, há só aquela estrada. Portanto, a Psicologia não é uma opinião, especialmente na metódica ontopsicológica que descobriu essa continuidade, essa linearidade: causa-efeito. Quando eu digo, ao falar de Ontopsicologia, que é mais precisa que a Matemática, que é mais precisa que a Física, é que sempre vi a extrema economia, a extrema economia energética que o quadro das intencionalidades, o quadro da volitividade estabelece quando exerce, produz efeitos.
É preciso, inequivocável, exato, não é que tem aproximações, não é que tem associações, não é que faz um mais ou menos, Não, não! Aquele, com aquele erro naquele ponto, com aquela circunstância histórica, de tempo, de pessoa, de vestido, tudo.
Portanto, a psicossomática é uma realidade inevitável que nos toma, existe a partir do interior, e nós somos os seus inevitáveis gestores. Com esse método que vocês começam a aprender, pode-se entrar nesse invisível, esse invisível de vocês mesmos, e portanto, controlar vocês mesmos, a individual existência.
Amanhã vocês terão a lição na televisão, se retoma isso, porque depois de amanhã eu gostaria de dar uma imagem também da arte: Lízori, a música, todo uma outra realidade, mesmo porque a minha real vida é aquela de um homem diverso já, o belo, o maravilhoso existe, e é belo formar-lo, é belo vivê-lo, é belo dançá-lo e, portanto, um pouco dessa experiência, que poderia parecer narcisística, eu sou verdadeiramente narcisista quando devo ensinar. Um expõe a si mesmo para dizer ao outro: Você é superior? então pode fazer mais. Portanto, o meu narcisismo, o meu fanatismo o meu ser quadro, exposição, é um estímulo para quem quer que seja para fazer mais. E é possível a cada um se partimos daqui. Bem, até mais ver na próxima vez !
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