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Série 40 Lições – Aula 04

Psicoterapia de Autenticação Prof Marcello Bruognolo

PSICOTERAPIA DE AUTENTICAÇÃO

Marcello Bruognolo

Essa aula é dedicada àqueles que estão encontrando a Ontopsicologia pela primeira vez, então me dirijo à essas pessoas de modo simples e acessível. A Ontopsicologia e a Psicoterapia são muito simples na sua base essencial. Sobretudo, ela se torna complexa, pode se tornar difícil, quando ela é aplicada, especialmente quando é aplicada a nós mesmos.

História e etimologia

Digamos que a psicoterapia em si, não nasce neste último século, nasce muito antes, no século passado. Nesse passado, na história da humanidade, muitos grandes homens e muitas grandes mulheres, tiveram todos um auxílio. Esses não eram conhecidos como psicoterapeutas, mas mestres. Esses mestres ajudavam a compreender o Deus que cada pessoa tinha dentro de si.

Muitos líderes reconhecidos hoje na história de nossa humanidade e sociedade tiveram em algum momento um mestre.

O famoso “conhece-te a ti mesmo” do Oráculo de Delfos;

Alexandre Magno, que teve como mentor, nada mais nada menos que Aristóteles.

Etimologicamente falando, psicoterapia significa o cuidado da alma, o cuidado de si mesmo, cuidado com o que é um dom divino em cada um de nós.

Um pouco a Ontopsicologia retorna a este passado na Psicoterapia Ontopsicológica.

Fazer psicoterapia, hoje em dia, significa que a pessoa tem algum tipo de sofrimento e quer resolver este sintoma. Na prática estas pessoas sofreram uma espécie de cisão em si mesmas, de suas próprias almas. Por diversas causas, muitas causas. Encontram-se em uma situação de mal estar.

Nos anos 70 tinha uma frase que estava muito em alta: “o mal de viver”. Era uma frase que fazia parte de uma poesia de Eugênio  Montano, um poeta italiano.

Então, a psicoterapia nos nossos tempos nasce como uma espécie de cura destes sintomas: esquizofrenia, neurose. Hoje podem ser dados nomes mais modernos, mas é sempre alguma forma de mal estar mental.

A psicoterapia sempre se ocupou, nestes tempos mais recentes, dos doentes e de como curar estes doentes.

Mesmo Maslow, psicólogo norte-americano, passou a não ver mais a psicoterapia deste modo, como recuperação de doentes. Dá-se conta que a psicologia estava um tanto empobrecida, estava pobre, porque tinha sempre se ocupado do homem doente, nunca tinha levado em consideração o homem sadio.

Então ao curar um homem que tem algum tipo de doença, qual a referência que se pode dar de um homem sadio? Esse é o grande desafio, uma grande parte que a psicoterapia deveria ser capaz de realizar.

Maslow começa a estudar sobre a mente, a psicologia de um homem sadio. Este é o início, por assim dizer, da psicologia humanista existencial.

Formação Marcello Bruognolo na Psicoterapia Ontopsicológica

Falo de Maslow, porque foram os primeiros estudos, junto com outros jovens, lá em 1973 quando eu comecei a estudar com o Professor Meneghetti. Os autores que nós estudávamos eram aqueles clássicos: Jung, Freud, Maslow, Jasper, Binswanger e Victor Frankl.

São todos autores clássicos que de alguma forma ainda hoje se estuda de um modo até ortodoxo.

Além de estudo, nós também atuávamos como assistentes e participávamos como assistentes nesses residences, quando eram tratadas pessoas com distúrbios realmente pesados.

Muitas dessas pessoas tinham sido negadas inclusive nos manicômios da época, pois eles estavam sendo fechados em função da lei … Havia um líder no movimento antimanicomial e fez esta lei na Itália.

Então na época, esse líder tinha se dado conta que os tratamentos nos manicômios eram muito duros, incluíam inclusive lobotomia e cargas elétricas para destruição de células dos centros nervosos. Então ele quis levar de volta estas pessoas para casa, para suas famílias, como se, de algum modo compreendesse que a causa da doença destas pessoas estivesse justamente ali.

Minha experiência como psicoterapeuta inicia naqueles anos 1973-1974, com o tratamento dessas pessoas muito adoecidas. Porém, era evidente para nós, que participávamos daquelas atividades, que por trás daquelas doenças havia uma inteligência extraordinária.

Havia uma personalidade muito vivaz, ambiciosa daquelas pessoas que viviam a realidade do manicomio. Alguns deles eram fortes, vivos, belos. Infelizmente, no sentido social, eram considerados loucos. Eram loucos porque não tinham escolha. Não encontravam uma forma de defender a sua sensibilidade, porque era muito refinada a sua inteligência.

Algumas vezes eu chegava a pensar que, por trás dos supostos loucos, poderiam ter as melhores pessoas do mundo, pessoas muito boas.

Cheguei a pensar também que os loucos éramos nós, não eles. Naqueles anos eu me apaixonei pela psicoterapia.

Nós trabalhávamos, estudávamos e o professor Antônio Meneghetti analisava essas pessoas, como se estivéssemos num laboratório.  Ele demonstrava na época de maneira clara que tinha o conhecimento para tolher, tirar aquele sintoma daquela pessoa. Isso acontecia cotidianamente, todos os dias. Porque tínhamos centenas de clientes ali para cuidar.

Enquanto o Professor Antônio Meneghetti operava e nós o ajudávamos nesse trabalho. Haviam também reuniões teóricas em que se analisava aquilo que estava acontecendo.

Dentre outras coisas, eram também organizados um ou dois congressos anuais, nos quais eram estruturados todos aqueles conhecimentos que tinham surgido no laboratório durante aquele ano no cotidiano do cuidado com os doentes.

Então, partindo da prática clínica para chegar ao desenvolvimento da ciência Ontopsicologia. Por que isso? Porque o Professor Meneghetti queria também dar uma contribuição à toda ciência psicológica e psicoterapeuta no mundo.

Então, as três descobertas, toda a metodologia, os instrumentos que nós conhecemos, eles nascem justamente naqueles anos.

Naqueles anos o Professor Meneghetti também encontrou o nexo entre o ser e a existência, entre a causa e o efeito. O nexo que depois ele chamou de Em Si ôntico.

Obviamente com toda essa casuística bem sucedida, por bem sucedida entende-se também aqueles casos onde não houve a cura, porque cada caso era precioso na contribuição que dava para o conhecimento.

Depois um outro fato que me chamava muito a atenção e que realmente me deixou um pouco perturbado, era o fato que o Professor Meneghetti conseguir fazer algumas previsões que depois se concretizavam estas previsões. Também eu e alguns dos meus colegas acreditávamos que houvesse ali algum processo, talvez de ser um vidente, uma coisa muito especial e intuições e previsões que o Meneghetti era capaz de fazer. Mas ao contrário, era apenas ciência.

Eram leituras de algumas ações do ser humano, de algumas variáveis deste ser humano que então levava para aquelas consequências que depois eram observadas. Como, por exemplo, quando uma pessoa está dentro do apartamento e começa a se dirigir para a porta, você entende que muito em breve ela vai sair por aquela porta. Ela ainda não saiu, mas tomou a direção, já começou a se mover. Vocês compreendem, aquela pessoa se posicionou para sair.

Ao contrário, se esta pessoa se posiciona pra sair através da varanda, que talvez não tenha uma proteção, ela pode estar em perigo, pode cair do prédio. Não é uma questão de vidência, é uma previsão científica, metodológica. O cálculo matemático. Isso era muito difícil de compreender naqueles tempos.

Portanto, para mim houve este percurso formativo, extremamente importante. Começamos a compreender também que os sujeitos tinham um Eu fictício.

O inconsciente e o Eu fictício

Na psicoterapia é importante compreender que o sujeito tem um Eu fictício, falso.

Falso porque é uma estrutura que não tem nenhuma conexão com o real. Então pode estar ligado a alguma coisa do passado, outra pessoa, uma questão remota. Nenhuma conexão com a realidade atual. Portanto, não é funcional para a gestão da realidade.

Em função do Eu fictício, muitas informações que são emanadas da própria alma, elas permanecem inconscientes, no inconsciente. Quando tem o Eu fictício, há muito inconsciente. Mas este é um paradoxo do ser humano. Por que o homem, o ser humano não é capaz de refletir aquilo que é?

Se tem alguma coisa que sou eu mesmo, por que eu não sei e não sou capaz de refletir acerca disso?

No entanto é exatamente assim, porque o Eu fictício é justamente a primeira coisa que nós enxergamos quando alguém chega até nós.

Todas as linhas de psicologia apontam que cerca de 80% do potencial do homem não chega à consciência, permanece inconsciente.

Depois também foi importante compreender que o inconsciente não é um fato da natureza humana, ele acontecia depois de alguns anos que a pessoa já tinha nascido.

Portanto, a psicoterapia serve para conhecer uma parte importante do inconsciente de um ser humano.

Essa é uma belíssima aventura, que todas as vezes nós temos quando passamos pela psicoterapia. Pensem que toda vez que um psicoterapeuta faz a sua intervenção e aquela pessoa muda, ela tem um novo universo totalmente novo, do zero.

O psicoterapeuta deve ser preparado também a colher a essência da outra pessoa. O ponto onde nasce constantemente a sua inteligência e a sua possibilidade de vida, a sua força. Depois deve ter uma preparação também para conhecer e reconhecer as estruturas que impactaram aquele indivíduo. Como formalizaram aquele sujeito, forjaram, condicionam aquele sujeito.

É preciso compreender onde sofre, onde tem medo, também entender porque tem medo e porque sofre. Aqui faz uma grande função o diálogo, a palavra, que é o único instrumento que existe entre o psicoterapeuta e o cliente.

A palavra é como um iceberg, pode ser pequena na superfície, mas grande como uma montanha, embaixo da água.

Importante também recordar que o ser humano é holístico, dinâmico, ou seja, não se pode dividir em partes. Não é que ele ama de um modo e tem medo, sofre de outro. É preciso entender o homem como uma unidade holística.

Portanto, o escopo da psicoterapia é a sanidade, a saúde. O que motiva uma pessoa a escolher a natureza, ele motiva e escolher a partir de dentro, o motivador a uma determinada ação.

Trata-se de desenvolver uma autonomia de escolha. Muitas pessoas que estão mal, não tem essa autonomia. Portanto, serve também para aquelas pessoas que querem ser evolução à sociedade, na sociedade.

Na prática, a pessoa sadia é uma unidade de ação centrada em si mesma, em relação otimal com o social. É preciso lembrar sempre que o homem é um potencial, é um conceito que a princípio parece simples, mas tem também a sua complexidade.

Como a semente de uma grande árvore, de um carvalho, é igual. A semente e a grande árvore são iguais, a diferença é basicamente histórica, mas as duas são a mesma coisa. Aquela semente tem já dentro de si o potencial, a forma da grande árvore do grande carvalho. O projeto do carvalho.

Psicoterapia e Em Si ôntico

O projeto humano é um potencial no interior do indivíduo. Então, esse ponto, esse projeto essencial que tem dentro do ser humano, a Ontopsicologia denominou Em Si ôntico.

É um princípio formal inteligente, princípio porque antes dele não há a vida, e com ele temos a vida. Formal porque tem a sua forma, o seu projeto. E é inteligente porque pode conhecer a si mesmo, pode auto ver-se, ver a si mesmo.

A partir daqui temos o ponto de solução de toda Psicoterapia Ontopsicológica. Porque é um projeto da natureza, tem a sua ordem, o seu equilíbrio de proporções já ordenado.

Na psicoterapia é importante então individuar qual é o Em Si ôntico daquele sujeito que está diante de nós.

Porque depois também é possível identificar quais são as estruturas que podem paralisar, podem sufocar este projeto.

Se vocês seguiram bem aquilo que expliquei, a este ponto é possível compreender que a Psicoterapia Ontopsicológica é uma psicoterapia de autenticação.

Não é uma psicoterapia para os doentes, mas ela serve para aquelas pessoas que querem ser operadores de cultura, de ciência, e ter a plenitude da sua inteligência.

Formação do Psicoterapeuta e Critério Organísmico

Uma coisa muito importante nessa psicoterapia é justamente a formação do psicoterapeuta. De modo tal que são necessários de dez até 15, 20 anos, para formar um bom psicoterapeuta em Ontopsicologia. Esse período é longo porque ele deve primeiro conhecer a si mesmo, realizar a si mesmo e então ele pode reconhecer as questões, os problemas do outro.

Deve ser capaz de colher as relações emergentes. Antes de compreender com o cérebro, ele deve ser capaz de compreender com o coração, com as vísceras, o cérebro viscerotônico. A pele que percebe a emoção, então ele deve abrir todos os canais de percepção, para poder conhecer verdadeiramente o outro.

É necessário ter claro, transparente, todas as aferências organísmicas, para ter uma percepção organísmica exata, clara. Não pode compreender apenas em nível nível cultural. Deve compreender com todo o seu corpo, com todas as suas células. Este conhecimento é holístico.

De outro modo, não será capaz de identificar onde o cliente erra, onde ele comete um erro. Um erro contra si mesmo, certo? Não é um erro contra a moral, contra o sistema etc.

A psicoterapia Ontopsicológica é portanto diretiva, porque ela segue uma direção que é dada pelo projeto originário da pessoa. Portanto, deve-se recuperar o conhecimento de todos os sistemas perceptivos, que nos levam a focalizar e compreender o Em Si ôntico do outro.

No fundo, a psicoterapia pode ser entendida também como uma pedagogia do Eu, ao Eu.

Sim, porque uma vez que se identificou o Em Si ôntico, é preciso reeducar o Eu, porque o Eu é fictício, ele precisa ser reeducado à lógica do Em Si.

E esse é propriamente o processo de autenticação, ou seja, o Eu precisa se adequar às instâncias do Em Si ôntico. Por isso se chama Eu a priori. Que é o Eu que é útil e funcional naquela situação histórica daquele sujeito, o Eu otimal.

Portanto, em nome da autoridade que o psicoterapeuta tem de conhecer a si mesmo, ele é capaz de levar o outro também a reconhecer em si aquilo que é autêntico.

Eu a priori na psicoterapia

Se vocês me seguem ainda, mais uns dois ou cinco minutos, é importante colocar que a existência, toda a nossa existência, ela é aporética, que são continuamente colocados problemas que precisam ser resolvidos.

Cada problema tem tantas soluções, tem infinitas soluções, da melhor até a pior. Também a morte, o suicídio, poderia ser uma solução. Mas, não é a melhor, sim? Então a solução é a otimal, a melhor para mim, naquele contexto, naquele momento. 

A Psicoterapia Ontopsicológica auxilia na formação de um Eu que tenha capacidade a este escopo otimal, é a capacidade do Eu a priori. Ou seja, encontrar a solução melhor naquele contexto, com aquelas pessoas, com aquelas variáveis, naquele momento. Isso continuamente.

Portanto, o objeto da psicoterapia, quando se diz que é a atividade psíquica, o que se entende por atividade psíquica? É tudo aquilo que depois se torna pensamento, memória, caráter, emoção, vontade, percepção, motivação, intencionalidade.

Muito bem, intencionalidade é uma palavra muito grande. É aquilo que se está finalizando, enquanto fim, por trás daquela ação. É o fim por trás daquela ação.

Fazer psicoterapia é entrar num mundo dessas causas individuais que estão no mundo da atividade psíquica.

Entrar neste mundo das percepções, das comunicações, de sua biografia histórica, da anamnese, e também dos seus sonhos. O sonho é como fala o Em Si ôntico. Isso pode ser feito se nós utilizarmos o Em Si organísmico. Porque é preciso descer até o cérebro viscerotônico para compreender tudo isso.

É certo que se pode dialogar com o cliente, compreender tantas coisas por meio deste diálogo, mas até um certo ponto. Até um certo ponto porque ele se baseia num Eu fictício, Eu que não é real.

Depois ele tem um grande inconsciente, um inconsciente forte, como a gente vai compreender se o que diz é realmente verdadeiro? Os sonhos, ao contrário, são sempre verdadeiros.

É o caminho, a via mais breve para compreender o indivíduo. Porque representa uma linguagem integral daquele projeto. Daquele projeto de natureza. O sonho dá a evidência da realidade daquele cliente.

Primeiro dá a evidência ao terapeuta, que deve interpretar o sonho, e, depois dá a ecidência também ao cliente.

Porque no sonho há sempre a situação atual com o problema, a causa e a solução. A solução otimal, aquela melhor.

A coisa mais difícil em psicoterapia é aquela que eu vou procurar delinear agora, ou seja: uma vez que se compreendeu que o psicoterapeuta, também o cliente compreendeu o que está acontecendo em causa, o terapeuta convida aquele cliente, sujeito, a fazer uma mudança, denominada em Ontopsicologia metanóia.

Sim, porque a vida é do cliente, então é ele que deve escolher fazer uma mudança de vida. Então, uma vez compreendida a situação em termos de causa-efeito, o psicoterapeuta não pode fazer outro a não ser convidar esta pessoa a fazer esta mudança de vida, tomar esta decisão.

Atuar este tipo de mudança não é assim tão simples, porque muitas vezes você pode fazer as mudanças apenas de modo externo, pode mudar a esposa, mudar de cidade, outras coisas e não mudar realmente dentro.

A metanóia é uma mudança bem específica, é uma adequação que o Eu precisa fazer a como o Em Si ôntico vê a vida. Isso é muito difícil, porque nós somos ligados a um determinado estilo de vida, que se repete sempre, é sempre aquele estilo de vida.

E esta tomada de responsabilidade muitas vezes é, para o cliente, vista como insuperável, muito difícil de ser feita. Até mesmo tenho experiência de pessoas que estavam num estado de doença, de psicossomática muito forte e juntos identificamos uma causa, que era uma questão afetiva, uma causa afetiva no interior familiar.

Foi quando chegamos à conclusão, ao entendimento que mudando aquela situação na esfera afetiva, era possível resolver efetivamente a questão médica, a doença. E algumas vezes basta inclusive esclarecer algumas questões no interior dos grupos, família etc. Simplesmente esclarecer, falar.

Algumas dessas pessoas preferiram de fato morrer a fazer este tipo de mudança. Até mesmo chega ao ponto, nós temos tanto apreço por esses nossos hábitos, que nós não conseguimos fazer esta mudança, esta metanóia. Ainda que ao preço da eliminação desta vida.

E depois há diversos tipos de resistências que o cliente pode por em ação para evitar a responsabilidade a esta metanóia, esta mudança. E este é, portanto, o grande ponto de dificuldade da Psicoterapia Ontopsicológica.

Porém, todo indivíduo é único e toda psicoterapia é única, por força das circunstancias é assim.

O método existe e este método nos ajuda a entrar em contato com a realidade do outro. Depois, a esse ponto é necessário muito amor pela outra pessoa. Um amor transcendente; um amor físico emocional; um amor inteligente; um amor vital.

No início é apenas do psicoterapeuta, mas aos poucos deve se tornar dos dois, dentro do ambiente do set.

Aquilo que é realmente importante, é que é preciso reformar este Eu, porque se ele é fictício ele pode apenas construir doença e mal estar. Sim, porque este Eu fictício está sempre preocupado, portando sistemas. Ele não consegue portanto ler a evidência do real. Então, faz-se necessário esta mudança de estilo da vida.

É muito importante a diagnose, o contato, a análise dos sonhos, análise da comunicação não verbal, depois a análise profunda do campo semântico, a escuta das informações do Em Si ôntico.

É importante então que o cliente mude, o Eu do cliente mude, porque ele precisa sair, retirar-se das influências negativas que ele mesmo constrói. Negativas porque não são funcionais para ele. E se ele faz isso ele aumenta a própria performance existencial.

Aqui temos um pouco a síntese, um pouco de tudo: Através da inteligência de um outro, de um técnico, e cada um de nós, não mais sozinho, pode seguir um mestre momentâneo. Que ajuda a compreender a si mesmo no seu ambiente de referência. É muito complexo, não é assim tão simples. Não é fácil, mas pode ser fácil.

Apenas que não é para todos, apenas pode ser uma proposta para todos, mas só alguns aceitam este tipo de psicoterapia de autenticação. Porque é uma cultura de alta inteligência e exercício crítico de consciência sobre si mesmos. É uma belíssima aventura a psicoterapia.

Depois da psicoterapia nós nos damos conta que é possível viver muito melhor do que antes da psicoterapia.

Porém, é necessário tomar a responsabilidade sobre aquela mudança que falávamos, a metanóia. (1:08:25)

Se tiverem perguntas, é com muito prazer que eu gostaria de responder.

Acerca dos sonhos, ele não vai falar desta temática hoje, talvez numa próxima aula a gente convida ele, porque o tema pode tomar realmente muito tempo, os sonhos.

Mais três ou quatro coisas apenas:

  1. As imagens oníricas, as imagens do sonho, são como fatos, são como ações, elas assinalam a vetorialidade no interior daquele sujeito, elas assinalam aquilo que é mais impregnante, mais importante, fundamental naquele momento para aquele sujeito.
  2. O sonho completo tem a situação atual, a causa da situação atual e a solução para o problema.
  3. O sonho é um exame clínico que todos os dias o Em Si ôntico faz acerca do comportamento daquele sujeito. Como a sua vida o julga.
  4. O sonho avalia cada ação e cada comportamento segundo a identidade do sujeito.

Na prática, é o único amigo que nós temos, é o sonho. Fala de nós para nós.

Haveria muito mais a dizer sobre os sonhos mas, em função do tempo a gente encerra esta etapa aqui. Chegamos ao ponto justo, estamos no pleno.

Cada um pode ter o sabor do saber concreto, um saber que vem de uma capacidade vivida no interior de tantas experiências

Gostaríamos muito de poder estar juntos, seja em outras aulas, outras lições, ou mesmo neste maravilhoso congresso que vai se realizar em junho próximo, na Itália. Vocês serão muito bem vindos na Itália, se puderem ir pessoalmente. Ele é meio brasileiro e meio Italiano e ficará feliz em nos ver nesta ocasião.

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