Ontopsicologia

Medo

Etimologia

A palavra latina para “medo” é timor, derivada da raiz indo-europeia me-, que significa “pensar” ou “considerar”.

Em grego antigo, a palavra para “medo” é φόβος (phóbos), que é também a raiz de palavras como “fobia”.

Significado

O “medo” é uma emoção básica que surge em resposta à percepção de uma ameaça ou perigo, real ou imaginária. Pode ser uma reação adaptativa que ajuda na sobrevivência, alertando-nos para possíveis danos físicos, emocionais ou psicológicos.

O “medo” em Ontopsicologia

Em Ontopsicologia, o “medo” é explorado tanto em seus aspectos psicológicos quanto ontológicos, considerando a experiência humana em seu contexto mais amplo de interações e percepções.

Em primeiro lugar, o medo é considerado uma manifestação de fragmentação do Eu, resultante de uma desarmonia entre o Eu e o Em Si ôntico — a essência verdadeira e ontológica do indivíduo, devida ao efeito desorganizador do monitor de deflexão na psique humana,.

Ou seja, na Ontopsicologia, o medo é visto como um efeito que pode ser compreendido e superado através do autoconhecimento propiciado pela psicoterapia de autenticação.

O medo, portanto, não é apenas uma resposta emocional, mas um indicativo de uma disfunção ou dissociação interna que impede o indivíduo de operar a partir de sua unidade mais autêntica e integrada, afetando a consciência e, com maior razão, a tomada de decisões.

Contexto clínico

O medo é um tema central em vários cenários clínicos presentes em pesquisas e textos da Ontopsicologia. Em diversas situações terapêuticas, o medo é frequentemente vinculado a dinâmicas familiares não resolvidas, questões de identidade pessoal reprimida, e a resistência inconsciente do indivíduo em confrontar ou integrar aspectos do seu Em Si.

O medo de não corresponder a expectativas externas ou de não estar em conformidade com uma norma percebida oferece um campo fértil para o exame da dissociação psíquica que o método ontopsicológico visa reconciliar.

Dimensões terapêuticas

A abordagem terapêutica Ontopsicológica envolve expor as raízes do medo que, muitas vezes, estão sob diversas camadas de racionalizações ou protegidas por outros mecanismos do Eu.

Por exemplo, o medo pode estar ligado a uma projeção internalizada da autoridade paterna e percebida incapacidade do indivíduo de viver de acordo com essa autoridade internalizada, o que revela um conflito mais profundo entre o desejo de autonomia do indivíduo e as obrigações familiares percebidas.

Aplicação prática

Na prática ontopsicológica, entender e tratar o medo envolve olhar além da sua manifestação sintomática, explorando as convicções que sustentam a experiência individual do medo. Este processo não só visa mitigar o sentimento de medo, mas restaurar a coerência entre o Eu e o Em Si ôntico, facilitando uma operacionalidade psíquica mais livre e autenticada pela realidade ontológica do indivíduo.

O medo é considerado em Ontopsicologia um obstáculo concreto para o pleno desenvolvimento pessoal e profissional, muitas vezes limitando a capacidade de uma pessoa de realizar seu potencial pleno.

Portanto, tanto etimologicamente quanto em seu significado geral e específico em Ontopsicologia, o “medo” é uma experiência humana complexa que influencia tanto o pensamento quanto o comportamento, a consciência e a vontade.

Sinônimos

A palavra “pavor”, em italiano “paura”, tem sua origem no latim vulgar “pavōre”, derivada do latim clássico “pavor”, que significa “medo intenso” ou “terror”. Essa palavra latina por sua vez vem do verbo “pavēre”, que significa “ter medo” ou “estar com medo”.

Meneghetti devira a palavra “paura” do Latim paucum redurece, que implica uma dimiuição ou redução do modo de fluir de um ser a menos do que ele de fato é, implicando uma sensação de redução e impedimento à ação, enrijecendo o sujeito, como se não houvesse defesa possível.

Ver também

Aulas de Ontopsicologia

Referências

  1. ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
  2. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  3. MENEGHETTI, Antonio. Manual de Ontopsicologia. 4 ed. rev. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed, 2010. ISBN 978-85-88381-52-0
  4. BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>

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