Ontopsicologia

Díade

Díade

Etimologia

A palavra díade tem origem no grego antigo, derivada de δυάς (dyás), que significa “dois”. O sufixo “-ad” sugere uma relação ou condição de.

Diáde refere-se a uma condição a dois, uma dupla ou uma união de dois elementos. Implica uma parceria, uma dualidade ou uma conexão íntima entre duas entidades distintas.

Significado

Filosofia

Na filosofia, uma diáde pode se referir a uma relação ou entidade composta por duas partes essenciais ou fundamentais. Por exemplo, na teoria do conhecimento de Platão, a diádē da alma e do corpo representa a dualidade entre o mundo das ideias (alma) e o mundo sensível (corpo).

Psicologia

Em psicologia, especialmente na teoria do desenvolvimento, uma díade pode descrever a relação entre duas pessoas significativas, como a relação entre mãe e filho durante os estágios iniciais de desenvolvimento infantil.

Biologia e Química

Em outras disciplinas, como biologia e química, uma díade pode referir-se a uma união ou interação entre dois componentes ou elementos, como uma relação simbiótica entre duas espécies ou a formação de uma molécula a partir de dois átomos.

Ontopsicologia

A teoria da díade é central na ontopsicologia, refletindo como as relações fundamentais moldam e direcionam o desenvolvimento psicológico e a existencialidade do ser humano.

Em Ontopsicologia, entende-se por díade uma simbiose com dependência hierárquica entre dois ou mais indivíduos. O mais forte formaliza e polariza o mais frágil de modo tal que o mais frágil aprende o estilo de vida do mais forte.

A díade pode ser negativa ou positiva, conforme resultados, mas se trata de uma realidade ineliminável na existência humana. Toda a vida é em um certo sentido “díade”, implica o movimento e o proceder da vida mesma, porque a realidade existe para um dado ente enquanto estabelecida por uma relação.

Meneghetti especifica o termo díade da seguinte forma:

Movimento a dois onde um movente não pode agir sem o coincidente heteromovente. É uma unidade de ação que parte de dois centros, um dos quais não pode viver sem a co-existência do outro pólo. Díade é um conceito mais forte do que simbiose, porque a relação diádica implica absoluta necessidade do outro.

O conceito de “díade” em Ontopsicologia, portanto, é compreendido como uma relação essencial e inseparável entre dois elementos, cuja interação forma a base do movimento e da existência.

A díade é uma unidade de ação que envolve dois centros, um dos quais depende essencialmente da coexistência do outro. Esta comparação estende-se à uma célula com dois núcleos, onde o núcleo mais organizado assume uma posição de liderança e direciona o desenvolvimento da relação.

A relação diádica abarca facetas como a relação mãe-filho, considerada uma díade primária. Neste quadro, o polo mãe guia e sustenta o desenvolvimento do filho até que este atinja autonomia.

Esta díade inicial influencia a maneira como o indivíduo percebe e interage com o mundo por anos, e pode mesmo manter uma influência dominante por toda a vida, a menos que haja uma ruptura significativa que permita uma nova autonomia.

Adicionalmente, a Ontopsicologia especifica alguns tipos de díade como a tanático-regressiva, a repetitivo-obsessiva, e a evolutiva. Cada tipo descreve um modelo de interação diádica que pode ser mais ou menos benéfico ao desenvolvimento psicológico do indivíduo.

A díade tanático-regressiva e a repetitivo-obsessiva tendem a limitar o desenvolvimento ao impor uma contínua dependência ou repetição de comportamentos, enquanto que na díade evolutiva, um dos polos proporciona um estímulo significativo ao crescimento e desenvolvimento do outro.

Em resumo, o termo “diádē” representa uma união, conexão ou relação de dois elementos distintos, e seu significado pode variar de acordo com o contexto em que é utilizado, abrangendo uma ampla gama de significados nas ciências e na filosofia.

Ver também

Aulas de Ontopsicologia

Referências

  1. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  2. MENEGHETTI, Antonio, Manuale di Ontopsicologia, Roma: Psicologica Editrice, 2008. ISBN 88-89391-35-9
  3. ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
  4. BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>

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