Etimologia
Latim tempus, que significa “momento”, “ocasião” ou “período”. Essa palavra latina por sua vez deriva do indo-europeu “tem-“, que está relacionado com a ideia de “estender” ou “esticar”. Assim, a noção original de “tempo” está associada à ideia de extensão ou duração.
Em grego, a palavra χρόνος (chronos) é usada para designar o tempo, e καιρός (kairos) indica um momento oportuno.
Conceito de Tempo em Ontopsicologia
Na Ontopsicologia, o tempo é entendido como “movimento da coisa segundo um antes e um depois dela em relação a outra”.
A abordagem Ontopsicológica ao tempo possui alguns aspectos particulares:
- Movimento e Mudança: O tempo é visto como uma qualidade intrínseca do movimento e mudança das coisas. Ele não é apenas uma medida externa, mas está intrinsecamente ligado ao ser das coisas e à sua dinâmica.
- Evidência Existencial: Na Ontopsicologia, o tempo é considerado uma dimensão necessária para que a existência e a fenomenologia se expressem. Ele é uma condição da manifestação do ser no mundo.
- Relação com o “Em Si”: O tempo é também analisado quanto à funcionalidade em relação ao “Em Si ôntico,” onde as experiências do sujeito se distribuem temporalmente de forma a gerar um sentido coerente e útil para a sua autorealização.
Além disso, a Ontopsicologia considera o tempo em relação à existência e à energia psíquica. O campo semântico, por exemplo, atua em um nível que ultrapassa as coordenadas terrestres do tempo e do espaço, sugerindo uma inter-relação mais profunda entre esses conceitos, similar ao fenômeno do entrelaçamento quântico, onde uma interação ou comunicação entre duas partículas distantes pode acontecer desafiando o limite da velocidade da luz.
As várias concepções do tempo
Física
Na física newtoniana, o tempo é absoluto e independente do espaço. Newton o considera como uma sequência linear de eventos acontecendo em um fluxo contínuo, enquanto na física moderna, especialmente na teoria da relatividade de Einstein, o tempo não é um conceito absoluto, mas relativo. Na teoria de Einstein, o tempo está entrelaçado com o espaço num continuum espaço-tempo, e a passagem do tempo pode variar dependendo da velocidade e da gravidade.
Psicologia
Em psicologia, o tempo é muitas vezes estudado em contextos de percepção temporal, memória e desenvolvimento humano. A cronopsicologia, por exemplo, investiga como os seres humanos percebem, experienciam e organizam temporalmente suas experiências.
Freud analisou o tempo em termos de processos conscientes e inconscientes, especialmente no contexto dos sonhos e da repetição compulsiva. O tempo psicanalítico pode desafiar a linearidade, com fenômenos como regressão e fixação indicando experiências temporais subjetivas. De fato, a psicanálise enfatiza como experiências temporais passadas influenciam o comportamento presente.
Filosofia
Na filosofia, a natureza do tempo é uma questão central nos campos da metafísica, fenomenologia e epistemologia, desde Platão e Aristóteles até Kant e Husserl. Debates filosóficos sobre a natureza do tempo incluem discussões sobre seu status como uma dimensão real do universo ou uma construção da consciência humana.
Aristóteles, por exemplo, considera o tempo como “uma “medida do movimento e mudança”. Kant, por outro lado, viu o tempo como “uma forma de intuição sensorial”, uma condição necessária para a experiência.
Heidegger propôs que o tempo é uma característica existencial fundamental do “Dasein” (ser-aí), onde o ser humano se entende e se projeta no futuro. O tempo é visto como um fenômeno vivido, não apenas uma medida abstrata.
Epistemologia
Na teoria do conhecimento, o tempo influencia a maneira como o conhecimento é adquirido e estruturado. Questões epistemológicas podem explorar como as estruturas temporais afetam a compreensão e a validade da informação.
Essa visão multifacetada demonstra que o tempo, apesar de parecer um conceito simples do cotidiano, possui profundidade e complexidade que afetam várias áreas do conhecimento humano.
Integração das Perspectivas
A Ontopsicologia integra essas diversas perspectivas ao proporcionar uma visão do tempo que é ao mesmo tempo fenomenológica e prática, considerando seu impacto real na existência e autorealização do sujeito.
- Temporalidade Funcional: A Ontopsicologia enfatiza a importância de uma compreensão funcional do tempo, onde ele não é apenas uma abstração, mas algo que afeta diretamente a forma como o sujeito vive e se realiza.
- Controle do Tempo Pessoal: A visão ontopsicológica do tempo também destaca a necessidade de controlar e direcionar o próprio tempo para alinhar-se com os objetivos do “Em Si” ôntico, promovendo a autenticação e eficiência existencial do sujeito.
Este entendimento mais amplo e integrado do tempo permite à Ontopsicologia oferecer abordagens práticas para a utilização otimizada do tempo na vida cotidiana, alinhando-se com objetivos de crescimento pessoal e realização existencial.
Ver também
Aulas de Ontopsicologia
- Aula 01 – Introdução à Ontopsicologia
- Aula 03 – A psicoterapia ontopsicológica
- Aula 05 – A psicoterapia de autenticação
- Aula 20 – Consciência, Conhecimento e Monitor de Deflexão
- Aula 39 – Fenomenologia e Ontopsicologia
- Ver todas as aulas de Ontopsicologia disponíveis
Referências
- ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
- MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
- MENEGHETTI, Antonio. Manual de Ontopsicologia. 4 ed. rev. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed, 2010. ISBN 978-85-88381-52-0
- BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>
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