Etimologia
Latim temperamentum que significa “combinação da mente no tempo”. Também pode ser relacionado ao verbo latino “temperare,” que significa “por na medida conveniente”.
Conceito em Ontopsicologia
Na Ontopsicologia, o temperamento é visto como uma combinação estável de emotividade pessoal devida à fisiologia endócrina que dá uma tendência de índole ou humor. É um complexo estável de sensibilidade e preferências adquiridas por nascimento. Alguns pontos principais incluem:
- Disponibilidade Temática: Refere-se à atitude ou disponibilidade temática mais orientada para certos modos de comportamento do que outros, que se adquire por nascimento.
- Comportamentos: Envolve a disponibilidade para determinados comportamentos, tipologias de sensibilidade e preferências.
- Aspecto Constitucional: Considera a constituição endócrina do indivíduo, categoricamente em termos de cerebrotônico, viscerotônico e atlético (ver Fisionômica).
Concepção Corrente
Em psicologia, o temperamento é frequentemente estudado como uma componente biológica da personalidade. Teorias como a de Thomas e Chess sobre o temperamento infantil definem categorias como fácil, difícil e desajeitado para se aquecer. Esse estudo observa como essas características inatas influenciam o comportamento e a interação com o ambiente.
Freud não utilizou diretamente o termo temperamento nas suas teorias, mas sua dinâmica id-ego-superego poderia ser influenciada por características temperamentais inatas. Ele postulava que fatores biológicos, juntamente com experiências de vida, moldavam a personalidade e os comportamentos.
Na filosofia, o temperamento é explorado como parte da discussão maior sobre a natureza e a influência da constituição individual e sua interação com o ambiente:
- Na filosofia antiga, Hipócrates e Galeno desenvolveram a teoria dos quatro humores (sangue, bile amarela, bile negra, e fleuma) associando-os a diferentes tipos de temperamento (sanguíneo, colérico, melancólico, e fleumático). Este modelo buscava explicar a constituição emocional e comportamental dos indivíduos baseando-se em componentes biológicos.
- Immanuel Kant descreve temperamento em seu tratado sobre antropologia como uma inclinação natural que diferencia o modo como os indivíduos experienciam e respondem às impressões externas.
Integração das Perspectivas
Na Ontopsicologia, o conceito de temperamento é integrado de um modo que reconhece tanto a contribuição da biologia quanto a influência do ambiente, mas dá um passo à frente ao enfatizar a necessidade de compreender o temperamento dentro do contexto do “Em Si” ôntico do sujeito. A análise ontopsicológica procura captar como as predisposições temperamentais interagem com a realização autêntica e a autorealização do sujeito em seu ambiente.
A Ontopsicologia enfatiza que embora o temperamento forneça uma base emocional e comportamental estável, é através da interação consciente e intencional com o próprio “Em Si” que se pode atingir uma autorealização plena.
Referências
- Vocabolario Etimologico della Lingua Italiana, Francesco Bonomi
- MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
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