Ontopsicologia

Símbolo

Etimologia

Grego σύμβολον (symbolon), que significa um sinal ou marca que une. A palavra “symbolon” é derivada de συμβάλλω (symballo), que significa “lançar junto” ou “unir” (de “συν-” (syn), significando “junto”, e “βάλλω” (ballo), significando “lançar”). Essa etimologia sugere uma junção de elementos separados, que juntos representam uma ideia ou conceito

Significado

  • Representa algo, uma realidade além de sua própria forma física.
  • Têm uma relação com algo mais profundo ou abstrato, que eles representam.
  • Pode também enfatizar a natureza convencional dos símbolos, acordados pela sociedade para representar conceitos, objetos ou ideias.

Um símbolo é algo que acompanha ou representa algo invisível, abstrato, concreto ou convencionado. São frequentemente utilizados para transmitir ideias, significados ou valores de forma mais eficaz do que palavras ou descrições diretas. Eles podem ser encontrados em diversas áreas, incluindo linguagem, arte, religião, ciência e comunicação visual. Os símbolos podem ter diferentes níveis de significado, podendo representar tanto conceitos simples quanto ideias profundas e universais. Além disso, sua interpretação pode variar de acordo com o contexto cultural, histórico e individual.

Os símbolos oníricos em Ontopsicologia

Na Ontopsicologia, os símbolos oníricos são entendidos em múltiplas dimensões, e sua leitura deve ser feita considerando os seguintes aspectos:

  • Natureza Funcional do Símbolo: Na Ontopsicologia, um símbolo onírico só tem valor quando possui uma funcionalidade real e positiva para o sujeito, alinhada com o Em Si ôntico. A funcionalidade deve ser referida ao Em Si ôntico, colhendo a lógica da eficiência funcional para o sujeito.
  • Efetuabilidade Causal do Símbolo: Este critério analisa os comportamentos residuais ou últimos da causalidade indicada pelo símbolo onírico. Ou seja, a análise do símbolo onírico é feita pelo que ele produz no “aqui e agora” do sujeito, e não pelos aspectos inerentes ao símbolo em si.
  • Critério Semântico: De acordo com o critério semântico, o símbolo onírico é interpretado com base na exclusividade de sua significância para o sujeito. A leitura do símbolo envolve entender como ele se traduz em utilidade prática e crescimento para o individuo no contexto de sua vida e existência concreta, sendo revelada pela leitura do campo semântico.

Concepção Corrente em Psicologia e Psicanálise

  • Psicologia: Em psicologia, os símbolos são muitas vezes vistos como representações mentais que ajudam as pessoas a compreender e organizar suas experiências. Os símbolos podem ser usados como ferramentas terapêuticas em várias abordagens, incluindo a arteterapia e a terapia cognitivo-comportamental, para facilitar a expressão de sentimentos e o processamento de experiências complexas.
  • Psicanálise: Freud tratou símbolos como manifestações do inconsciente, frequentemente presentes em sonhos e sintomas neuróticos. Os símbolos freudianos representam desejos e conflitos inconscientes que são expressos de forma disfarçada. Lacan expandiu essa visão, sugerindo que a simbolização é um processo fundamental na estruturação da psique humana e que a linguagem e os símbolos influenciam profundamente a subjetividade.

Filosofia

No campo da filosofia, especialmente dentro da semiótica e da fenomenologia, os símbolos têm significado crítico para a compreensão da cultura, linguagem, e experiência humana:

  • Semiótica: Charles Peirce e Ferdinand de Saussure desenvolveram teorias sobre símbolos como parte fundamental dos sistemas de signos que constituem a comunicação humana. Para Peirce, um símbolo é um tipo de signo que representa um objeto por convenção, enquanto para Saussure, a relação entre o signo (a palavra ou símbolo) e o significado é arbitrária e determinada pela cultura.
  • Fenomenologia: Filósofos como Husserl e Merleau-Ponty consideraram os símbolos como essenciais para a mediação da experiência perceptual e a compreensão do mundo. Os símbolos ajudariam a dar sentido às experiências e ao mundo que o sujeito encontra, em um processo dialético entre a intuição e a representação simbólica.

Integração das Perspectivas

A Ontopsicologia integra essas perspectivas reconhecendo a importância do símbolo ao mesmo tempo que oferece uma metodologia de análise própria. Para Meneghetti, a análise simbólica se torna relevante à medida que se refere à utilidade e desenvolvimento orgânico do sujeito, evitando interpretações fixas e estereotípicas.

A análise ontopsicológica dos símbolos oníricos é derivada de uma prática científica e clínica extensa que visa elucidar os efeitos práticos e funcionais dos símbolos na vida do sujeito.

Ao compreender um símbolo através da Ontopsicologia, destaca-se não apenas sua capacidade de representar ou substituir outro significado, mas também a sua funcionalidade e impacto real no desenvolvimento e sanidade existencial do sujeito.

Este enfoque permite uma leitura mais dinâmica e contextual dos símbolos, oferecendo ferramentas práticas para a autorrealização e crescimento do indivíduo no “aqui e agora”.

Referências

  1. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  2. ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
  3. SEMERANO, Giovanni. Le origini della cultura europea. Rivelazioni della linguistica storica. Firenze: Olschki. 1984. ISBN 88-22-23254-2; La favola dell’indoeuropeo, Milano: Mondadori, 2005. ISBN 88-42-49274-4
  4. MABILIA, Valentina, MASTANDREA, Paolo, il Primo latino. Bologna: Zanichelli, 2015. ISBN 88-08337-15-4
  5. BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>

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