Ontopsicologia

Identidade

Etimologia

Latim identitas = id quod est ens = aquilo que o ser é. Também se relaciona com idem, significando “o mesmo”. A identidade geralmente se refere àquilo que caracteriza, de forma única, um indivíduo ou um objeto, distinguindo-o de outros.

Grego ουσία (ousía) se refere à essência ou natureza do ser, buscando compreender aquilo que torna algo o que é, sua existência fundamental.

Acádico 𒊩𒁓𒊏 (tamāmu), significa unidade ou igualdade em essência ou caráter.

Significado

Na Ontopsicologia, a identidade é considerada dentro do contexto de Em Si ôntico, o núcleo definidor de um indivíduo.

A identidade funcional, segundo Meneghetti, é parte essencial da metodologia ontopsicológica, que busca autenticar e restituir ao ser humano sua capacidade de autenticidade e criatividade evolutiva, respeitando sua radicalidade psíquica e a natureza de suas ações.

A identidade, em termos ontopsicológicos, não é apenas um aspecto estático; é uma dinâmica funcional que determina como o indivíduo interage com seu ambiente, influenciando seu bem-estar e evolução pessoal.

Na prática, a Ontopsicologia visa ajudar o indivíduo a identificar e se alinhar com seu Em Si ôntico, levando a escolhas e ações que são apropriadas a sua natureza essencial.

Implicações Práticas e Teóricas

Papel nas Intervenções Ontopsicológicas 

O conceito de identidade é crítico na diagnose e internveção em Ontopsicologia, onde é fundamental identificar o Em Si ôntico do indivíduo para orientar sua recuperação e crescimento. A ontoterapia foca nessa identificação para identificar e eliminar distúrbios como a angústia ou a desconexão da realidade vivencial do sujeito, promovendo uma reintegração do verdadeiro self e, consequentemente, uma vida mais harmoniosa e congruente.

Diferenciação na Psicoterapia Tradicional 

Diferentemente de outras formas de psicoterapia, que podem focar mais na adaptação do indivíduo às normas sociais ou na resolução de sintomas específicos de distúrbios mentais, a Ontopsicologia usa a identidade como um princípio central para direcionar a vida do indivíduo em conformidade com sua natureza ôntica. Isso implica uma abordagem mais holística e integrada, considerando o indivíduo total, suas capacidades inatas, e seu potencial evolutivo.

Em resumo, a identidade na Ontopsicologia é entendida como uma dinâmica vital que não apenas define o indivíduo, mas também orienta suas interações psicológicas, sociais e existenciais, mantendo um papel central tanto na análise e diagnose, quanto na intervenção terapêutica.

Implicações filosóficas, psicológicas e sociológicas

O conceito de “identidade” está intimamente relacionado à metafísica e à filosofia ontológica, explorando as questões sobre a realidade última das coisas e sua essência. Em Ontopsicologia, porém, o uso do termo “identidade” é bastante preciso, indicando a forma que especifica um objeto ou indivíduo concreto e o distingue de todos os outros.

Seguindo a etimologia, identidade refere-se à qualidade ou condição de ser o mesmo em todos os aspectos. É a característica de um ente que permanece constante e reconhecível ao longo do tempo, apesar de mudanças ou variações nas circunstâncias.

Na filosofia, identidade também pode denotar a relação reflexiva e simétrica entre dois objetos ou conceitos que são exatamente iguais em todos os aspectos. Este conceito é fundamental na lógica e na teoria dos conjuntos.

Em psicologia e sociologia, “identidade” é um fenômeno que se refere à percepção de quem somos, incluindo nossas características, valores, crenças e pertencimento a grupos sociais ou culturais. É influenciada por uma variedade de fatores, como experiências de vida, ambiente social e cultural, e pode ser dinâmica e multifacetada ao longo do tempo.

Referências

  1. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  2. MENEGHETTI, Antonio, Manuale di Ontopsicologia, Roma: Psicologica Editrice, 2008. ISBN 88-89391-35-9
  3. VIDOR, Alécio. Reunião da equipe de tradução. Recanto Maestro, 04 de agosto de 2013.
  4. Liddell, H. G., Scott, R., Jones, H. S., & McKenzie, R. (1996). A Greek-English Lexicon. Oxford: Clarendon Press.
  5. Lewis, C. T., & Short, C. (1879). A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press.
  6. Jastrow, M. (1903). A Dictionary of the Targumim, the Talmud Babli and Yerushalmi, and the Midrashic Literature. [Inglês]. Disponível em: https://www.sefaria.org/texts/Jastrow%2C_A_Dictionary_of_the_Targumim%2C_the_Talmud_Babli_and_Yerushalmi%2C_and_the_Midrashic_Literature

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