Etimologia
Latim functionalis, que significa atividade, desempenho de um papel ou dever. Pode ser decomposto em functio, natus e alea, do Latim functio = ação com objetivo, natus = que surge da ação da mente, da νους (nous), alea = “lançar”, “por para fora”.
O termo grego que melhor corresponderia ao sentido moderno de “funcional” é ἐνεργητικός (energetikós), que se relaciona com a capacidade de estar ativo ou eficiente. A palavra ἐνεργητικός deriva de ἐνέργεια (energeia), que significa atividade, operação ou eficácia em ação. Esta origem etimológica ressalta uma qualidade de estar em operação ou capaz de realizar funções.
Outra palavra grega relacionada poderia ser πρακτικός (praktikós), que se traduz como prático ou relacionado à ação, também indicando uma capacidade de funcionar ou realizar efetivamente uma tarefa ou função.
Sânscrito कर्म “karma” ação, trabalho, efeito das ações passadas.
Aramaico פונקציה “punqtsiya” função, atividade exercida por uma pessoa ou coisa.
Acádico 𒆪𒀭𒋀 uṣurāru atividade, tarefa realizada.
Significado
A etimologia do termo “funcional” sugere utilidade ou capacidade de desempenho de funções específicas. Funcional está relacionado à execução ou à capacidade de operar de maneira efetiva.
A decomposição de seus possíveis termos constitutivos nos remete à capacidade de operar de modo consistente com a ação da mente – projeto, intencionalidade da vida – quando se expõe: functio, nous actio alea, literalmente, função conforme a ação exposta da mente.
A noção “funcionalidade” em Ontopsicologia, está intimamente ligada, portanto, ao conceito de Em Si ôntico, que é a essência ou o núcleo que define uma pessoa. O termo “Em Si ôntico” enfatiza a importância da unidade de ação em conformidade com a natureza essencial do indivíduo, promovendo saúde e integridade psíquica e física, sendo um dos critérios para identificar a presença da ação do Em Si na existência:
Ação com escopo para algo. Comportamento ou realização em vantagem para o sustento e em referência de um escopo.
Portanto, não conta tanto a ação em si, mas qual o escopo da ação e se o escopo da ação é autêntico, portanto, se está em linha com a diretividade ôntica.
Implicações Práticas
Em termos práticos na Ontopsicologia, o termo “funcional” é frequentemente explorado em relação à eficácia com que um indivíduo ou um sistema responde a seu ambiente de maneira autêntica e eficiente. Por exemplo, uma pessoa cujas ações são congruentes com seu Em Si ôntico é considerada funcional porque está agindo em harmonia com sua verdadeira natureza. Isso é visto como essencial para o bem-estar psicológico e para a realização pessoal.
Usos e relevância
- Psicologia Clínica: Em ontoterapia, a ênfase na funcionalidade ajuda os indivíduos a conectar suas ações com seus valores e essência interna, fomentando a autenticidade e reduzindo conflitos internos.
- Desenvolvimento Pessoal: Na consultoria ontopsicológica individual, a funcionalidade é utilizada para ajudar as pessoas a maximizar suas habilidades de maneira que elas operem de maneira autêntica e alinhada com seus objetivos de vida e bem-estar.
- Ambiente Corporativo: Na consultoria ontopsicológica empresarial, a funcionalidade pode ser um critério para ajustar processos e papéis para que se alinhem melhor com os objetivos estratégicos das organizações, levando-as a operações mais eficientes e eficazes.
Percepção crítica e contribuição da Ontopsicologia
A Ontopsicologia propõe que a funcionalidade não apenas reside na realização de tarefas, mas está intrinsecamente ligada ao alinhamento entre o comportamento do indivíduo e seu Em Si ôntico. Este alinhamento é considerado fundamental para a realização efetiva e verdadeira das capacidades humanas, promovendo um estado de saúde integrativa e genuína expressão pessoal.
Como tal, a noção de funcionalidade na Ontopsicologia oferece uma visão holística e profunda que transcende os entendimentos comuns de eficácia ou eficiência, incorporando uma dimensão ética e de autenticidade que é central para seu conceito de saúde e bem-estar humano.
Referências
- MENEGHETTI, Antonio, Manuale di Ontopsicologia, Roma: Psicologica Editrice, 2008. ISBN 88-89391-35-9
- MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
- Liddell, H. G., Scott, R., Jones, H. S., & McKenzie, R. (1996). A Greek-English Lexicon. Oxford: Clarendon Press.
- Lewis, C. T., & Short, C. (1879). A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press.
- Monier-Williams, M. (1899). A Sanskrit-English Dictionary. Oxford: Clarendon Press.
- Jastrow, M. (1903). A Dictionary of the Targumim, the Talmud Babli and Yerushalmi, and the Midrashic Literature. [Inglês]. Disponível em: https://www.sefaria.org/texts/Jastrow%2C_A_Dictionary_of_the_Targumim%2C_the_Talmud_Babli_and_Yerushalmi%2C_and_the_Midrashic_Literature
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