Ontopsicologia

Critério organísmico

Critério organísmico

Etimologia dos termos

  1. Grego κριτήριον (kritérion) = “norma” ou “regra para discernir o verdadeiro do falso” (ver critério).
  2. Grego ὄργανον (órganon) = “ferramenta”, “instrumento” ou “órgão” no sentido biológico. Ele também pode se referir a uma ferramenta intelectual, como um meio de investigação ou método.
  3. Grego ὀργανισμός (organismós) = organismo, que se refer a um sistema complexo composto por partes interdependentes.
  4. O radical -ism deriva do verbo grego εἰμί (eimí) = ser, implica espiritualidade, presença de ser, psiche, alma.
  5. Grego κτίζω (ktizó) = “construir”, “edificar” ou “constituir”. É frequentemente usado para descrever o ato de criar ou estabelecer. Implica concretude, realidade exposta.

Significado

Partindo do sentido etimológico, por critério organísmico Meneghetti entende um critério concreto, fundado no ser, que serve de ferramenta ou instrumento para julgar.

No plano descritivo, biológico e psicológico, o critério organísmico pode ser descrito como:

O complexo de ações e reações determinadas pelo conjunto orgânico-corpóreo: em particular o cérebro visceral, sistema cardíaco e pulmonar, estômago e funções sexuais e eróticas. O critério organísmico é vetor da emocionalidade com ausência de interferências cerebrais, ideológicas. É a exclusão de qualquer imagem, síntese ou programa definido como memética. Atualidade intuitiva, vivida em flash formal sem tempo e repetição. A verificação externa última [da operatividade deste critério] está nos resultados em funcionalidade total principal ou defensiva para o sujeito.

Na obra Manuale di Melolistica, Meneghetti dá uma ulterior especificação do termo “organísmico”, como o orgânico em dinâmica unitária, unidade orgânica com presença de consciência, unitária tomada de consciência em ato orgânico funcional.

Essa especificação aproxima Meneghetti de Edmund Husserl, que na obra A crise das ciências européias e a fenomenologia transcendental, desenvolve as distinções entre Körper = um mero “corpo”, e Leib = corpo vivo, enquanto única experiência possível para o ser humano, ou seja, nós nos experimentamos e nos conhecemos apenas como um “corpo vivo”, e jamais como um “mero corpo”.

A presença de consciência de todas as partes do organismo se constitui em si mesmo, portanto, em um critério natural, concreto e intrínseco ao sujeito do conhecimento. De fato, citando Sheldon, Meneghetti entende o corpo como fenomenologia da posição ou presença do Em Si ôntico e, nesse sentido, a saúde é verdade e a doença é erro.

Por fim, vale ressaltar que em Ontopsicologia é fundamental o papel do cérebro visceral ou viscerotônico, enquanto ele é a primeira fenomenologia mais física e emocional do Em Si ôntico, reagindo em antecipação a qualquer forma de conhecimento de que somos dotados.

Esse segundo cérebro está livre as interferências típicas sofridas pelo cérebro crânico, como estereótipos mentais, viéses de juízo, fixações obsessivas, ideologias, dogmatismos, entre outras fenomenologias do monitor de deflexão na psique humana.

Veja também

Aulas de Ontopsicologia

Referências

  1. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  2. MENEGHETTI, Antonio. Manuale di Melolistica e altre tecniche psicocorporee. Roma: Psicologica Editrice., 2000. ISBN 88-86766-66-1
  3. MENEGHETTI, Antonio, Manuale di Ontopsicologia, Roma: Psicologica Editrice, 2008. ISBN 88-89391-35-9
  4. DANDER, B. O primeiro cérebro e a Ontopsicologia in Nuova Ontopsicologia, n. 1/2001. p.38-43.
  5. SHELDON, W.H. The varieties of human physique: An introduction to constitutional psychology. Hafner Pub. Co.: 1970.
  6. HUSSERL, Edmund. A crise das ciências européias e a fenomenologia transcendental, 1936.
  7. ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
  8. SEMERANO, Giovanni. Le origini della cultura europea. Rivelazioni della linguistica storica. Firenze: Olschki. 1984. ISBN 88-22-23254-2; La favola dell’indoeuropeo, Milano: Mondadori, 2005. ISBN 88-42-49274-4
  9. MABILIA, Valentina, MASTANDREA, Paolo, il Primo latino. Bologna: Zanichelli, 2015. ISBN 88-08337-15-4
  10. BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>

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