Etimologia
A palavra “caráter” tem origem no grego antigo, derivando de duas raízes: χαρασσω (charassō), que significa “incidir” ou “esculpir”, e χαρα αισσω (chara aissō), que se traduz como “unicidade de comportamento-ponta”, onde χαρα representa “cabeça” e αισσω denota “me lanço”, “salto” ou “sou impelido”.
Significado
Na antiguidade o termo significava qualquer tipo de signo, nota, marca ou impressão estampada. Por extensão, o termo também passou a indicar as letras de um alfabeto impressas, os “caracteres”.
Metaforicamente, no âmbito psicológico, passou a indicar as qualidades morais que distinguem uma pessoa da outra e, de modo específico, firmeza e coerência com relação a determinados princípios morais.
Em Ontopsicologia, o sentido do termo “caráter” diz respeito a um modelo esculpido ou incidido, que representa um padrão consistente de comportamento ou proceder.
Essa forma de comportamento sugere a presença de uma forma psico-histórica, que codifica o tom emocional, o modo de percepção e as reações de um indivíduo, algo profundamente enraizado na noção de comportamento consistentemente modelado ao longo do tempo, refletindo uma mistura de disposições emocionais e percepções.
Dessa forma, o caráter pode ser considerado um estereótipo que organiza um ou mais processos psicológicos. Ele tende a ser reconhecido em um estilo psicológico específico e, consequentemente, em um tipo de personalidade distintivo.
Em síntese, enquanto no uso comum o termo tem um sentido moral, em Ontopsicologia o termo tem um uso específico, onde “ter caráter” significa apresentar de modo constante certas características comportamentais, ao ponto tal que um indivíduo pode ser distinguido de outro por meio de tais características.
Ou seja, a concepção ontopsicológica do caráter envolve nuances significativas e implicações sobre como um indivíduo percebe, reage e codifica suas experiências em um padrão reconhecível e consistente de comportamento, refletindo assim a sua identidade psicológica e seu desenvolvimento emocional e histórico, não necessariamente autêntico.
Referências
- MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
- MABILIA, Valentina, MASTANDREA, Paolo, il Primo latino. Bologna: Zanichelli, 2015. ISBN 88-08337-15-4
- ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
- BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>
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