Cinésica

Etimologia

Cinésica ou quinésica, do inglês “kinesics”, é um termo derivado do grego κίνησις (kinesis), que significa “movimento”.

Significado

A cinésica é o estudo da linguagem corporal ou dos movimentos corporais como forma de comunicação não-verbal. Ela abrange expressões faciais, posturas, gestos e outras formas de comunicação física que transmitem mensagens e emoções.

Em Ontopsicologia, juntamente à análise fisionômica e proxêmica, o conhecimento obtido por meio da análise cinésica é um importante canal de diagnose para compreensão da dinâmica psicossomática de um sujeito, ou seja, por meio dessa linguagem não-verbal, pode-se chegar a compreender a dinâmica psíquica de um sujeito, em particular a expressão do campo semântico dominante.

Contribuições à Psicologia e Psiquiatria

1. Ray Birdwhistell: Considerado o fundador da cinésica moderna, Birdwhistell foi um antropólogo que estimou que a comunicação humana era composta de 65% a 70% de linguagem não verbal. Ele analisou a interação humana e usou o conceito de “kineme”, a menor unidade de movimento expressivo, similar ao fonema na linguagem.
2. Paul Ekman: Um psicólogo conhecido por seu estudo sobre as emoções e seus relacionamentos com as expressões faciais. Ekman desenvolveu o FACS (Facial Action Coding System), um sistema de codificação para identificar os movimentos faciais e interpretar as emoções subjacentes.
3. Albert Mehrabian: Ele é notório por estabelecer a regra 7-38-55 na comunicação, que postula que 7% da mensagem é verbal, 38% vocal (tom, inflexão, etc.) e 55% visual (principalmente cinésica). Mehrabian estudou a importância relativa da fala e da linguagem corporal na transmissão de emoções.

Análise Cinésica e Ontopsicologia

Dentro da ontopsicologia, a cinésica é entendida como uma manifestação externa dos processos energéticos e psíquicos do indivíduo.

Antonio Meneghetti, o fundador da ontopsicologia, argumenta que os gestos e movimentos não são meramente reações biomecânicas, mas sim expressões de estados internos onde o indivíduo está tentando comunicar algo fundamental sobre seu Em Si ôntico ou estado de ser essencial.

Meneghetti considera que a comunicação não-verbal, incluindo a cinésica, a fisionômica e a proxêmica, oferece insights profundos sobre o verdadeiro estado psicológico e emocional de uma pessoa, que muitas vezes pode ser mais revelador do que a comunicação verbal. Ele acreditava que uma análise precisa da linguagem corporal pode revelar conflitos internos, autenticidade emocional e até aspectos do inconsciente que o indivíduo pode não estar ciente.

Implicações Terapêuticas

Na prática terapêutica ontopsicológica, a observação e interpretação de movimentos cinésicos pode ser usada para ajudar na diagnose e intervenção de desordens psicológicas e comportamentais. Ao compreender como o corpo expressa a realidade psíquica do indivíduo, o ontoterapeuta ontopsicólogo pode intervir de maneira mais precisa e ajudar um sujeito a compreender, partindo de suas expressões físicas, suas emoções e vivências internas, bem como dinâmicas inconscientes, visando uma integração mais saudável e autêntica.

Conclusão

Em resumo, a cinésica é uma ferramenta valiosa tanto na análise convencional da psicologia como na prática mais holística da ontopsicologia. Enquanto a psicologia e a psiquiatria tradicionais usam a cinésica principalmente para compreender e tratar a comunicação não-verbal, a Ontopsicologia vai além, utilizando-a como uma janela para o interior ôntico e energético do ser humano.

Ver também

• Sintoma
• Problema
• Biografia histórica
• Fisionômica
• Proxêmica
• Campo semântico
• Sonho
• Resultados

Aulas de Ontopsicologia

• Aula 03 – A psicoterapia ontopsicológica
• Aula 05 – A psicoterapia de autenticação
• Aula 27 – Instrumentos de Análise e Diagnose e o Teste 6 Desenhos
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Referências

1. AZEVEDO, Erico. O método ontopsicológico na clínica psicológica contemporânea. Tese de Doutorado em Psicologia, 2017. PUC/SP.
2. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
3. MENEGHETTI, Antonio, L’immagine alfabeto dell’energia, Roma: Psicologica Editrice, 2005. ISBN 88-86766-21-1
4. MABILIA, Valentina, MASTANDREA, Paolo, il Primo latino. Bologna: Zanichelli, 2015. ISBN 88-08337-15-4
5. ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
6. BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>

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