Ontopsicologia

Vetorialidade

Os fundamentos da realidade sempre desafiaram as grandes mentes da humanidade. Para Meneghetti, fundador da Ontopsicologia, o conceito de “vetorialidade” não faz exceção à realidade humana.

Etimologia

Latim vector, do verbo “vehere”, que significa “transportar” ou “conduzir”.

Significado

A direção de um quântico de energia; sua magnitude, direção, velocidade, força e deslocamento que conduzem, transportam.

Vetorialidade em Ontopsicologia

Em Ontopsicologia, vetorialidade é um termo utilizado para descrever impulsos, tensões e pulsões, entre outros fenômenos.

Antonio Meneghetti, o fundador da Ontopsicologia, atribui à vetorialidade um conceito inovado pela física matemática, com referências específicas a Hamilton e Einstein. Ele correlaciona este conceito com a física dos quanta e subatômica, onde um vetor determina a direção e magnitude de forças em um sistema, enfatizando a atividade psíquica como potência formalizante, uma forma de energia que ele denominou de “energia-forma”, por ser capaz de doar forma à energia.

Física Moderna

Na física, a vetorialidade refere-se à caracterização de determinadas grandezas que possuem tanto magnitude quanto direção, diferenciando-as das grandezas escalares, que possuem apenas magnitude.

Vetores são utilizados para representar diversas quantidades físicas como força, velocidade, aceleração, e campo elétrico.

William Rowan Hamilton

Hamilton, um matemático e físico do século XIX, contribuiu significativamente para o desenvolvimento do cálculo vetorial.

Trabalhou extensivamente na dinâmica dos quaternions, um sistema que pode ser utilizado para representar vetores em três dimensões.

Sua contribuição à física matemática inclui o formalismo hamiltoniano, que fornece uma descrição das forças em termos de espaço de fase constituído por posições e momentos conjugados.

Em relação a vetores, sua grande contribuição foi a formulação da mecânica hamiltoniana, onde ele reformulou as equações de movimento da mecânica clássica.

Em sua abordagem, Hamilton utilizou os conceitos de espaços de fase e variáveis conjugadas (posição e momento) que, embora não vetores no sentido estrito, envolvem componentes que podem ser tratados vetorialmente.

Na mecânica hamiltoniana, a evolução temporal de um sistema dinâmico é descrita em termos de vetores em um espaço multidimensional (espaço de fase), permitindo uma análise mais poderosa e generalizada dos sistemas físicos.

Albert Einstein

Einstein, no início do século XX, expandiu dramaticamente o uso de vetores no contexto da teoria da relatividade.

Na teoria da relatividade restrita, ele introduziu o conceito de espaço-tempo quadridimensional, onde eventos são descritos por vetores de quatro dimensões, conhecidos como quadri-vetores. Tais vetores incluem componentes espaciais e temporais, unificados de maneira que respeitam as transformações de Lorentz.

Na teoria da relatividade geral, Einstein utilizou tensores, uma generalização dos conceitos vetoriais, para descrever a gravidade como uma curvatura do espaço-tempo causada pela massa e energia.

Neste contexto, o tensor métrico, um campo tensorial que descreve a geometria do espaço-tempo, é fundamental para expressar como a gravidade influencia a trajetória dos objetos, manifestando-se de forma vetorial na conexão entre diferentes pontos do espaço-tempo.

Ambas as contribuições refletem sobre a essencialidade dos vetores ao descrever estados e mudanças nos sistemas físicos, enfatizando que todo fenômeno possui uma direção e magnitude.

Aplicabilidade em outros campos

  1. Ontopsicologia: Os conceitos de vetorialidade em Ontopsicologia relacionam-se com a direção dos impulsos e tensões dentro da psique humana, sendo crucial para a compreensão dos comportamentos e reações individuais.
  2. Filosofia: A vetorialidade pode ser interpretada filosoficamente como a determinação de direção e finalidade dos atos humanos, relacionados com o conceito aristotélico de teleologia (a finalidade ou propósito intrínseco das coisas).
  3. Ciência e Epistemologia: A aplicabilidade do conceito de vetorialidade se estende ao campo da ciência e epistemologia ao descrever a relação entre teoria e observações empíricas, onde vetores são utilizados para entender direções e magnitudes das forças naturais observadas.
  4. Psicanálise: Embora psicanálise tradicionalmente não utilize a terminologia vetorial, pode-se traçar paralelos com as direções das pulsões (Freud) e as tensões no “campo relacional” (Lacan), que definem como desejos e traumas moldam a psique.

Conclusão

Tanto Hamilton quanto Einstein usaram a vetorialidade de maneiras inovadoras e profundas.

Hamilton aplicou conceitos vetoriais para simplificar e generalizar as equações da mecânica clássica, enquanto Einstein utilizou e estendeu esses conceitos ao campo relativístico, onde a vetorialidade emerge no uso de quadri-vetores e tensores para descrever a geometria do espaço-tempo e os efeitos gravitacionais.

Em outras palavras, Hamilton lançou as bases matemáticas com sua mecânica hamiltoniana, enquanto Einstein elevou essas ideias ao incorporar a vetorialidade no tecido do espaço-tempo, revolucionando nossa compreensão do universo.

Portanto, conforme compreendida por Hamilton e Einstein, a vetorialidade na física representa uma forma essencial de encapsular a complexidade das leis naturais, simplificando a análise e proporcionando um entendimento mais robusto e unificado dos fenômenos físicos.

Já a Ontopsicologia, oferece com a noção de “vetorialidade” aplicada ao âmbito energético humano, um marco conceitual para entender as diversas direções e intensidades das energias psíquicas, assim como Hamilton e Einstein contribuíram para a compreensão dos vetores em contextos físico-matemáticos.

Essa interdisciplinaridade é fundamental para se entender a complexidade tanto da psique humana quanto da natureza física da experiência humana, sem anular a importância da dimensão espiritual.

Ver também

Aulas de Ontopsicologia

Referências

  1. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  2. ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
  3. BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>
  4. AZEVEDO, Erico. Is there an information field in the lifeworld? Empirical approach with physical distance and Faraday shielding to test a non-local communication phenomenon with human beings. Tese de Douturado, 2020. FEEC/UNICAMP.
  5. Korotkov, K., Masteavers P., Orlov, D.V., William, B.O., Application of Electrophoton Capture (EPI) Analysis Based on Gas Discharge Visualization (GDV) Technique in Medicine: A Systematic Review. The Journal of Alternative and Complementary Medicine. January 2010, 16(1): 13-25.

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