Ontopsicologia

Ontopsicologia: O nexo ontológico da psicologia

Ontopsicologia: O nexo ontológico da psicologia

Artigo apresentado por Antonio Meneghetti no IV Congresso Mundial de Psicoterapia, 27-30 de Agosto de 2005, Buenos Aires, Argentina, sintetizando a contribuição da Ontopsicologia à epistemologia científica e como ela restitui à psicologia o nexo ontológico.

Introdução

Após ter definido o próprio direito de existir como ciência autônoma e reivindicar sua autonomia da filosofia e da fisiologia, a psicologia até hoje, porém, não adquiriu a identidade que deriva de uma comprovada cientificidade. Tem uma existência legal, estabelecida por lei, não real.

A psicologia reinvidicou sua dignidade – justamente – de ciência e a exclusiva competência quanto à investigação acerca do homem, mas, após 125 anos (o nascimento científico se coloca em 1879 na Universidade de Leipzig), ainda não possui processos múltiplos e não possui critérios universais que a identifiquem.

O que é “psicologia”?

Galileu Galilei, 1564-1642., método da ciência moderna.

O significado de “psicologia” foi deixado nas mãos dos vários sistemas de pensamento que o determinam em base ao seu posicionamento categórico e às suas premissas teóricas. Consultando dicionários e enciclopédias se releva que a psicologia é uma análise de fatos psíquicos segundo processos e comportamentos elocubrados a partir de regularidades ou testes preestabelecidos.

Isso significa que existem tantas “psiques” quantos são as orientações teóricas e correntes psicológicas e que a ciência psicológica se funda sobre induções conceituais.

É evidente que não estão presentes nem mesmo as premissas para fazer um discurso científico, ao menos se por “ciência” entendemos o quanto indicado por Galileu Galilei.

O método, descrito por Galilei, de fato, tornou-se o método da ciência moderna. O proceder metodológico por ele indicado pode ser sintetizado em quatro fases:

  • Coleta de dados sobre fenônemos (experiência sensata);
  • Formulação de uma hipótese interpretativa (axioma);
  • Dedução das consequências lógicas da hipótese (progresso matemático);
  • Verificação experimental, ou seja, reversibilidade entre teoria e fato e vice-versa.

A existência de um “interior” do homem é indiscutível, enquanto foi preciso reconhecer que, estudando o comportamento humano mais simples, aquele do arco reflexo, entre o estímulo e a resposta há sempre um desvio, seja de tipo quantitativo (diferença entre o quântico energético no ingresso e na saída), seja de tipo qualitativo (mesmo estímulo, nas mesmas condições, respostas diversas seja no mesmo sujeito em momentos diferentes, seja em sujeitos diversos)

Se a psicologia ainda não conseguiu estudar este “dentro”, quer dizer que não dispõe ainda de instrumentos adequados ao objeto de investigação, o homem, justamente, em sua inteiriza, mas é capaz – talvez – de descrever apenas os seus comportamentos observáveis externamente. “Talvez” porque é difícil falar de exatidão quando se trabalha sobre dados parciais, sobre aspectos de um inteiro que “escapa” em sua inteiriza.

Que exista ainda um “inconsciente” incognoscível demonstra que não existe ainda uma ciência psicológica; adicionalmente, o fato que, para conhecer o inconsciente, tenha sido estudado apenas o homem pertencente à sociedade ocidental culta torna inevitavelmente parciais e provisórias as conclusões, ou seja, não científicas.

Todo o processo sobre o comportamento da psique, ao final, procura se consolidar em base aos testes psicológicos.

O teste é a verificação ou medição de um sujeito em relação a um povo de referência. Os pontos-teste são medidas dos valores estáveis, estereótipos, memes, opiniões, comportamentos de um povo.

A cura: buscar motivações para adequar-se ao standard daquele contexto considerado de valor.

Portanto, a psicologia – atendo-se às suas próprias premissas – deveria dizer que não conhece a psique, mas apenas alguns comportamentos observáveis externamente e na medida em que o são.

Uma ciência que não define univocamente o objeto de estudo e não o investiga inteiramente não é nem ciência nem o é daquele objeto.

O critério de investigação em Psicologia

“A psicologia científica se articula em formas diversas segundo o critério que a cada vez se adota”.

No caso, consideramos cinco deles:

  1. Critério epistemológico, que se articula em dois modelos: naturalista e histórico-hermenêutico;
  2. Critério da orientação teórica, no interior da qual existem dez modelos de leitura dos fenômenos psíquicos: elementarismo, funcionalismo, associacionismo, comportamentismo, cognitivismo, psicologia da forma (gestalt), psicologia do profundo (psicanálise em todas as suas formas), psicologia da compreensão, fenomenologia, psicologia sistêmica;
  3. Critério do método de pesquisa, no interior do qual encontramos quatro métodos: experimental, clínico, estatístico e cibernético.
  4. Critério da finalidade perseguida, que se distingue em duas finalidades: teóricas e operativas. As finalidades teóricas são nove (psicologia geral, psicofisiologia, psicologia animal, psicologia das idades evolutivas, psicologia social, psicolinguística, psicopatologia, psicologia dinâmica) e aquelas operativas são cinco (psicologia clínica, psicologia do trabalho, psicologia da educação, psicologia forense, outras psicologias), por sua vez articuladas em subgrupos.
  5. Critério do objeto de estudo, no interior do qual se distingue entre quatro objetos: aprendizagem, percepção, processos cognitivos, personalidade e Eu.

Uma ciência não pode ter cinco critérios e dezenas de subcritérios! Não falemos do método, que deveria ser unitário e, ao invés disso, é diverso segundo o critério e o subcritério!

Tudo isso se comenta por si e os “não resultados” da ciência psicológica são a prova irrefutável.

Por fortuna, como afirmava Galilei, asserções que se fundam sobre o princípio de autoridade e não sobre a experiência podem ser rejeitadas quando novas experiências e mais potentes instrumentos de observação mudem as informações sobre os fenônemos.

Tese

A psicologia é científica apenas se demonstrar estar conaturada com o real do mundo-da-vida. Sobretudo a psicologia deve demonstrar uma capacidade ontológica como lógica ou racionalidade e ato intrínseco ao real-vida.

A psicologia refere-se à lógica da psique. Com a psique, ou mente, nós operamos nós mesmos sobre o real, e buscamos o ser que somos e o ser que é.

Portanto, a realidade psíquica é no real do mundo-da-vida.

Toda ciência, inclusa a filosofia pura e prática, indaga as estruturas do verdadeiro, e portanto a verdade do próprio objeto.

Mas tudo isso é sempre operação psíquica. Todo homem duvida, acredita, busca, e isso é certo. Portanto, existe porque age, move-se, portanto, não é um nada.

Mas qual é a proporção da sua existência em relação ao ser? Quanto e em que modo a operação psíquica ou intelectiva lê ou convive o ser que é o único que autoriza evidência e reversibilidade?

Ou seja, eu pensante, eu pesquisador, tenho a iniciação nos comportamentos do ser? O meu fazer é correspondido pelo impacto ôntico nos modos projetuais da natureza?

Aquilo que penso e exercito são naquele real-vida ato simples do simples do todo?

Sobretudo a psicologia do homem deve ter este link ou relação. Se o tem, deve ser demonstrado por:

  1. Evidência interior;
  2. Pela evidência mundana ou fenomenologia;
  3. Pela evidência de causa e efeito. Ou seja, o discurso deve ser confrontado pelos resultados previstos na afirmação teórica em situação específica. Nessas circunstâncias, para ter estes efeitos, eis o que se deve fazer.

A Ontopsicologia

Antonio Meneghetti: “Para conhecer o homem é preciso usar todo o homem”.

Para mim, ciência significa saber a ação do ser ou do real naturístico.

Do latim scio ens = sei o ser, significa saber o ente como age, saber a ação como o ser (ou a natureza) a põe, a gere, aqui, agora e assim.

Partindo da determinação de conhecer o homem, de conhecê-lo “inteiramente” e “realmente”, despi-me de todo preconceito, de todo super-Ego, de toda certeza não demonstrada e me dediquei à observação do “fato homem” em todos os seus aspectos, modos, momentos: externos, internos, conscientes, inconscientes, físicos, mentais, racionais, irracionais, sadios, patológicos, em qualquer forma antropológica (raça, cultura, religião, sexo, idade, classe social), vivi e operei todas as epoché husserlianas, e me encontrei com o projeto base que justifica sucessivos comportamentos e relativas fenomenologias.

A natureza é a fenomenologia integral do ser para o homem. Quando ajo para ser causa nos comportamentos da natureza humana, e a natureza me responde como eu buscava e queria, então significa que eu sou e me torno na natureza. Quando a clínica me dá a correspondência de natureza, então a minha psicologia é real, é ontopsicologia. A Ontopsicologia está segura no âmbito do quanto par aos outros é inconsciente e, justamente, acusa: se te documentas desconhecido, porque ensinas? Se não sabes o que és, porque insistes com o saber presuntuoso na pesquisa do real? Portanto, a Ontopsicologia é uma rendição incondicional a tudo o quanto e de todo modo se é; é um “sim” incondicional para cá e para além do bem e do mal; é a anulação de toda censura no interior do quanto acontece. Não se trata de eliminar a ordem sócio-moral e sócio-racional preconstituída, ma foi necessário fazer uma viagem para todos os lados do humano sem “seguro” ou “bagagens” de apoio. Foi preciso “matar” toda lógica formal (esperança, desespero, sucesso, suicídio, análises, hipóteses etc.) e morrer no rio da ação. Foi preciso descer a toda ação começando lá onde o fio tocava dentro e, depois, alargava-se desmembrando-se em toda configuração. Se se queria a identidade da ação, era preciso subtrair-se a toda sua manifestação formal. Morrendo na ação, o em si da ação deu o ser que é.

A Ontopsicologia é a abertura de um modelo alternativo ao proceder científico que hoje é presente no mundo. Esta ciência mede o real segundo a função homem. É uma ciência que se utiliza dos primeiros princípios racionais e prossegue com um processo racional. Ela tem um objeto de estudo, um método e um fim.

“Primeiros princípios” significa aquilo que funda e justifica toda a argumentação sucessiva, os princípios seguramente verdadeiros sobre os quais se podem apoiar as experiências sucessivas, conduzidas segundo um método que tenha sido verificado capaz de levar a conhecimentos verdadeiros, portanto, “verificado”.

“Verdadeiro”, ou seja, “que existe realmente”, que é a exata tradução em forma lógico-verbal de um fato concreto.

O conhecimento verdadeiro é exato (ex acto, ou seja, como a natureza põe) e se apresenta à mente como clara e distinta, com uma apoditicidade “evidente”, que se presencia sem necessidade de outras justificativas: o fato ou modo da entidade, autoriza-se por evidência.

A Ontopsicologia, portanto, define a própria cientificidade a partir do fato de ser constituída por conhecimentos obtidos com evidência reversível, registráveis segundo primeiros princípios racionais.

O que significa “racional”? Significa “medido e mensurável” de modo conforme a um critério entre mensurante e real. E este deve ser exato, ou seja, reversível.

Adicionalmente, “prosegue com um processo racional”, ou seja, também o proceder sucessivo não é um argumentar avulso do real, mas é o mesmo modo de proceder na natureza.

A descoberta da linguagem de natureza

A Ontopsicologia é uma ciência que se funda sobre a natureza e procede segundo a natureza, conhece e opera segundo a mesma racionalidade que a natureza usa para existir.

Como é possível? “É possível enquanto ela descobriu o código de comunicação que a natureza usa para estruturar e conectar todas as suas individuações, portanto, é dentro da natureza conforme à natureza. O conhecimento do código de natureza me permitiu conhecer a essência do homem, aquilo que o identifica e constitui em essência, antes de todas as diferenças existenciais, e defini essa entidade Em si do homem”.

A Ontopsicologia tem um objeto de estudo, um método e um fim.

Objeto de estudo da ciência ontopsicológica é a atividade psíquica inerente à fenomenologia humana.

O método é bilógico, ou seja, a reversibilidade entre modo de saber e ação da natureza: ver o fato e saber o modo, são relações lógicas ou experienciais de um idêntico. Após o que, ou conjuntamente, utiliza-se a indução e a dedução. O fim é recuperar ou tornar consciente o contato entre o Eu e o Ser, entre a existência individual e o total da vida.

Definição

Vejamo-la mais detalhadamente, mas antes de tudo, comecemos pela definição de Ontopsicologia:

Do grego οντος ψυχή e λόγος. Significa estudo dos comportamentos psíquicos em primeira atualidade, inclusa a compreensão do ser.

Portanto, é o estudo de como age a psique, colhida em causa, não a observando e descrevendo os seus efeitos fenomênicos, mas os princípios. Controlar algo “em causa” significa poder antecipar e descrever seus comportamentos em qualquer fase do seu acontecer. Isto é demonstrável, naturalmente, concretamente. De fato, a Ontopsicologia se confronta apenas nos fatos: desaparecimento do sintoma e reforço do projeto integral do homem. Obter o desaparecimento do sintoma ou a sua retomada por causas precisas é sem dúvida conhecimento ciéntífico, ou seja, é saber o ser em ação.

Objeto de estudo

Mas o que é a psique?” Energia causal individuada em unidade de ação. De per si, é energia que causa o fenomenológico sensório e, embora se fenomenize sobre as coordenadas espaço e tempo, é distinta e diversa delas. A psique é intencionalidade formal: projeta imagens. A imagem é prioritária a partir do momento que se dá a existência: a última redução que se pode fazer da atividade psíquica é potência formalizante.

Quando a Ontopsicologia fala de “psique”, entende uma precisa energia “individuada em unidade de ação”.

E o que é uma unidade de ação? É a unidade de causa e de escopo no interior de mais meios ou compostos.

É “uma unidade que se autoconstitui no inteiro energético da semovência universal. Portanto, é ecceidade onde a mente da mente converge em constante por si, mesmo quando parece história”

Para conhecer o homem é preciso usar todo o homem

No que se refere ao método, esta práxis põe imeditamente um problema enorme: quanto e como o sujeito cognoscente interfere no processo de análise e modifica o resultado?

Aqui a Ontopsicologia teve que documentar a transparência do inconsciente individual e coletivo. Isso foi possível:

  • após ter descoberto o campo semântico: a comunicação agente que a natureza usa com as próprias individuações, sadias ou patológicas, portanto, campo semântico em sentido físico e não em sentido literário linguístico;
  • após ter descoberto o monitor de deflexão: alterador das reflexões do sujeito e organizador das energias complexuais em sentido freudiano;
  • após ter descoberto a díade que motiva a coação a repetir do sujeito sem objetivo crescimento ou evolução;

Após ter descoberto outros comportamentos dependentes, o inconsciente torna-se legível e previsível. Pode-se interferir com racionalidade sobre ele graças ao critério do Em Si ôntico, que resta justamente o primeiro constituinte do organismo humano neste planeta e o mediador ativo entre ser e existência.

Sobretudo o cientista deve ser um homem sadio, ou seja, do qual sejam os processos fisiológicos que mentais sejam coincidentes com a natureza, um homem cujo Eu seja conexo com o próprio Em Si ôntico e, por meio dele, com o Em Si do Ser.

Só um homem exato por si mesmo pode medir com exatidão, desde que use também um método exato.

Isto não é indispensável apenas ao exercício da intuição, mas também para a observação naturalista e objetiva pois, de outro modo, o inconsciente do pesquisador, de fato, modifica os resultados da pesquisa.

Método

A metodologia se extrínseca principalmente sobre três preparações por parte do operador:

  1. Bagagem de conhecimentos sobre a teoria ontopsicológica;
  2. Autenticidade da pessoa: o operador deve ser consciência natural, saber-se conforme à natureza que é, portanto, deve fazer metanóia e isso significa distanciar-se da fixidez dos estereótipos sociais, não ser mais ator do sistema e ter uma lógica conforme ao real que impacta;
  3. Conhecimento do campo semântico. O campo semântico é válido apenas na pessoa que tem a bagagem de conhecimentos sobre a Ontopsicologia e que fez metanóia.

Esses três aspectos devem estar presentes sempre juntos.

Naturalmente, no Manual de Ontopsicologia são indicados claramente os critérios para verificar a exatidão da subjetividade do pesquisador ou, de todo modo, do operador de ciência.

Fim

O fim da ciência ontopsicológica é “reportar a lógica do Eu à lógica do Em Si ôntico para consentir a realização”.(…) A Ontopsicologia é a ciência experimental que dá a junção da fenomenologia à causalidade ôntica. Ela recoliga a fenomenologia científica à identidade ôntica integral, em sentido de realização. Ser consciência, por quanto naturalmente se existe.

Descobertas

Realiza três descobertas fundamentais: Em Si ôntico, campo semântico e monitor de deflexão.

Tantos desde sempre procuraram identificar e descrever a essência do homem, porém, limitaram-se ou a postular a sua existência, eclarando-a inatingível com a razão, ou a reduzi-la à instância religiosa, portanto, excluída da pesquisa científica.

Indiquei de que modo identificar, isolar e aplicar esta essência, ou Em Si do homem, que é “a radicalidade da atividade psíquica, o projeto da natureza que constitui o ser humano. O critério metodológico para identificar o Em Si ôntico é a identidade funcional do sujeito”. Esta identidade funcional articula-se por meio de 15 características.

Este conhecimento implica seja a capacidade de curar, ou seja, a capacidade do Eu de escolher segundo o projeto de natureza, seja de evolução do potencial em existência de sucesso, afirmação e criatividade.

Defini campo semântico algo que – empiricamente – é experimentado em alguns efeitos ou aspectos, como “telepatia”, “poderes parapsíquicos”, “telecinese”, “sexto sentido”, mas que jamais havia sido descrito com lógica e linguagem científicas. O campo semântico é informação, ou seja, energia especificada por um sinal formal e a natureza a usa com medida precisa para a própria unidade, para as próprias individuações e as individuações entre elas.

Em essência, é a única palavra-ação por meio da qual a natureza continua e formaliza a si mesma. Todo vivente a percebe e sogre no ambiente pelo qual e no qual ele é especificado.

A recuperação do conhecimento do campo semântico permite colher de modo unitário tantos aspectos do real que, segundo um olhar exterior, aparecem contraditórios, inexplicáveis, separados e inconciliáveis.“Objetivar de modo científico” significa que, dadas certas premissas, é inevitável o efeito; caso se conheçam as causas que estão ponto em movimento os efeitos isolados e distintos. Pode-se, portanto, intervir na causa, manipulá-la, variar os seus vetores e obter outros efeitos”.

A terceira descoberta, que complementa a metodolodia, é completamente nova também na indicação da existência, no sentido que não se suspeitava absolutamente a presenta e a operatividade, mas apenas com a introdução desta terceira hipótese foi possível resolver definitivamente o “problema” acerca do comportamento humano.“O monitor de deflexão é o mecanismo distorsivo que interfere na exatidão dos processos cognoscitivos e voluntarísticos do ser humano, determinando toda a fenomenologia regressiva conhecida pelo homem como doença, angústia, falência, dissociação entre ser e existência.

A individuação e descrição da operatividade no interior do espaço psicológico humano de tal mecanismo, de origem histórica, consente resolver as ambivalências existenciais sem ter que cair na pulsão tanática. O Em Si ôntico revela que o homem é um existir para ser.

Se o mal fosse íntimo, conaturado ao homem, seria impossível a cura, seria impensável a sanidade e seria insolúvel o problema crítico do conhecimento, outro grande problema resolvido, ao invés disso, a partir da descoberta do Em Si ôntico, ou seja, daquele si que se pode evidenciar no interior do ser total.

Usando todo o homem e analisando-o inteiramente e integralmente, descobri o critério segundo o qual a natureza funciona dentro do homem e a demonstração está na práxis ou resultados: sanidade funcional e realização.

Demonstração

“Uma psicologia não pode teorizar-se ciência se, antes, não demonstra a práxis clínica da resolução do sintoma. Qualquer ciência, se não possui a própria hipótese verificada sobre o objeto de análise, não pode se teorizar ciência.

Se bem aplicado, o método ontopsicológico dá: 1) desaparecimento do sintoma ou problema; 2) desenvolvimento do sujeito no plano da funcionalidade integral a si mesmo sobre a globalidade existencial.

Instrumentos

Após ter definido o objeto e o método de estudo, a Ontopsicologia indica também os instrumentos que usa e suas aplicações.

Os instrumentos distinguem-se em instrumentos de análise e instrumentos de intervenção e as aplicações são todas as áreas de intervenção humanístico-profissional, ou seja, onde quer que exista e opere um ser humano.

Conclusão

Naturalmente, apenas acenamos, voluntariamente, os argumentos, que devem ser aprofundados consultando diretamente os textos de referência sobre a Ontopsicologia. Aquilo que é preemente evidenciar, é que a Ontopsicologia é a “ciência pura da psique” e, portanto, se a psicologia quer ser “ciência da psique”, deve basear-se na Ontopsicologia. Caso contrário, é um processo de opiniões que não superam as necessárias epoché de Edmund Husserl.

Ontopsicologia é práxis, técnica, conhecimento do critério da ação ou mundo-da-vida. Isto é o quanto de dever em base à experiência clínica, pessoal e social minha e de operadores ontopsicológicos já há pelo menos 30 anos.

Para ver a evidência da reversibilidade entre critério e natureza, é suficiente participar de uma demonstração qualquer sobre um caso clínico específico, ou ter a paciência de estudar o método e aplicá-lo em casos concretos.

  1. MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
  2. MENEGHETTI, Antonio, Manuale di Ontopsicologia, Roma: Psicologica Editrice, 2008. ISBN 88-89391-35-9
  3. MENEGHETTI, Antonio. Ontopsicologia: o nexo ontológico na psicologia in IV Congresso Mundial de Psicoterapia, 27-30 de Agosto de 2005, Buenos Aires, Argentina, 2005b. (Disponível em: <http://onto.net.br/index.php?title=Ontopsicologia:O_nexo_ontol%C3%B3gico_da_psicologia> Acesso em: 31/01/2015).

Voltar para: Dicionário de termos da Ontopsicologia