Etimologia
Segundo muitos estudiosos, a palavra “imagem” vem do Latim imago = “retrato”, “imagem”, ou “representação”, podendo ser uma redução de mimaginem, que indica “imitação”.
No grego antigo, a palavra correspondente seria “εἰκών” (eikon), que também se refere a uma imagem, retrato ou representação.
Para Meneghetti, a etimologia vem do Latim imagine, derivado da expressão in me ago = age em mim.
Significado
A imagem é entendida em Ontopsicologia como a projeção sígnica ou diagramática do percurso de uma ação, a projeção figural de um fato ou conteúdo, ou ainda a projeção geométrica de um quântico em ação. Também pode ser vista como a direção ou modo do quântico de uma energia, ou como o signo projetado pela ação ou coisa (res), e vice-versa, a ação ou coisa (res) como se projetam na consciência.
Apesar de não corresponder à etimologia usual do termo, o sentido étimo proposto por Meneghetti para “imagem” oferece uma ampla gama de possibilidades, abrangendo desde a representação visual até a projeção de uma ação ou conceito na mente. Essa abordagem multidimensional enriquece a compreensão do termo e sua aplicação em diferentes contextos, como arte, psicologia e ciência, abrindo uma série de possibilidades de entendimento da realidade.
Níveis da imagem
Em Ontopsicologia, o termo “imagem” é interpretado de maneira ampliada e profunda. A imagem é vista como uma projeção de um quântico energético em ação. Antonio Meneghetti (2005), o fundador da Ontopsicologia, classifica as imagens em cinco níveis distintos:
- Sensório-visiva: Imagens geradas na presença de estímulos sensoriais atuais.
- Reflexivo-psicológicas: Imagens oriundas da memória.
- Campo inconsciente: Imagens do mundo da fantasia, realidade onírica e mundo da arte.
- Metafísicas: Imagens como módulos elementares da intuição.
- Quântico físico: Imagem como o alfabeto elementar da energia.
Imagem em sentido físico
Trazendo tudo isso para a prática, podemos dizer fisicamente que o princípio de ação e reação vale em âmbito humano, produzindo variações organísmicas sem qualquer necessidade de mediações simbólicas externas, ou seja, a imagem em sentido de representação na consciência ainda não se deu, porém, o real, ou ação quântica já foi metabolizado organismicamente.
As imagens são fixações ou estabilizações da ação e, dessa forma, o valor do material imagógico (sonhos, fantasias, guiadas ou não etc.) consiste no fato que ele é sempre reversível com o real em sentido físico: símbolo físico e símbolo onírico denotam uma mesma ação ou quântico intencional.
Uma prova possível dessa afirmação reside no fato que não há variação psíquica ou emocional (sonhos, alucinações, recordações etc.) sem uma variação nos percursos dos nosso sistema nervoso central e periférico, como demonstra a técnica de ressonância magnética funcional.
Em última instância, o que Meneghetti propõe é um princípio de equivalência entre imagem e energia, que significa, na prática, que a última parte do universo deveria ser uma informação, e não uma partícula (MENEGHETTI, 1991:2011), hipótese compartilhada também por diversos físicos e teóricos (BOHM, 1980; WOLF, 1986; GOSWANI, 1995; YUZVISHIN, 1996; RÖSLER, 1998, SUSSKIND & LINDSAY, 2005, LAUGHLIN, 2005).
Implicações Práticas
As imagens, na Ontopsicologia, são consideradas tanto manifestações quanto instrumentos de ação e de conhecimento. Elas são vistas como fixações ou estabilizações da ação, possuindo uma reversibilidade com o real no sentido físico. Dessa forma, como indicado anteriormente, não ocorre variação psíquica (como sonhos, alucinações, recordações) sem uma variação correspondente no sistema nervoso, demonstrada por técnicas como a ressonância magnética funcional.
Meneghetti propõe o princípio de equivalência entre imagem e energia, indicando que toda ação está codificada em imagens, e o entendimento dessas imagens permite a manipulação das energias associadas a elas. Portanto, quem possui o conhecimento das imagens, detém o poder sobre essas energias.
Relevância Clínica e Terapêutica
Feitas essas colocações, torna-se evidente o valor que as imagens dos sonhos adquiriram na abordagem da Ontopsicologia. O inconsciente, em certo sentido, é infalível, mas devemos primeiro compreender a sua linguagem. Como a análise dos sonhos é um dos instrumentos principais utilizados pela Ontopsicologia, seu método de compreensão é uma das suas grandes contribuições científicas.
Em termos clínicos, as imagens são fundamentais na abordagem ontopsicológica. A análise dos sonhos e imagens de fantasias guiadas, com a imagogia, por exemplo, são um instrumento principal nesta escola, junto com o campo semântico, visto que o critério do Em Si ôntico é considerado infalível e é necessário decifrar sua linguagem para entender suas mensagens e aplicá-las no crescimento pessoal e no tratamento de distúrbios psicológicos.
Essa compreensão de “imagem” como uma entidade dinâmica e multifacetada reflete a abordagem holística da Ontopsicologia, vinculando aspectos psicológicos, físicos e metafísicos em um modelo coesivo de interpretação e intervenção terapêutica.
Ver também
Aulas de Ontopsicologia
- Aula 03 – A psicoterapia ontopsicológica
- Aula 05 – A psicoterapia de autenticação
- Aula 27 – Instrumentos de Análise e Diagnose e o Teste 6 Desenhos
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Referências
- AZEVEDO, Erico. O método ontopsicológico na clínica psicológica contemporânea. Tese de Doutorado em Psicologia, 2017. PUC/SP.
- MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
- MENEGHETTI, Antonio, L’immagine alfabeto dell’energia, Roma: Psicologica Editrice, 2005. ISBN 88-86766-21-1
- MABILIA, Valentina, MASTANDREA, Paolo, il Primo latino. Bologna: Zanichelli, 2015. ISBN 88-08337-15-4
- ROMIZI, Renato. Greco antico. Vocabolario Greco Italiano Etimologico e Ragionato. Bologna: Zanichelli, 2006. ISBN 88-08-08915-0
- BONOMI, Francesco. Vocabolario Etimologico, disponível em <etimo.it>
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