Etimologia
Grego Φαινόμενον (phainómenon) Aquilo que é percebido pelos sentidos, aparência ou manifestação. Grego λόγος refere-se ao ente que discorre por imagens, aparências.
Latim Phenomenologia estudo dos fenômenos, especialmente aqueles que são percebidos diretamente pela consciência.
Sânscrito द्रष्टान्त (draṣṭānta) significa exemplo, ilustração ou demonstração.
Aramaico ܬܚܐ (tḥā) exibição, manifestação ou aparência.
Acádico 𒊕𒅎𒌑𒁕 (kanšu) Aparição, manifestação ou fenômeno observável.
Significado
Quando Meneghetti utiliza o termo “fenomenologia”, ele se refere a tudo o que pode ser mensurável ou verificável por critérios sensitivos e racionais. Também implica todas as análises e estudos que podem ser feitos com referência a um sujeito, um ambiente, um objeto etc.
Essa definição, portanto, não se confunde com a Fenomenologia enquanto tradição ou escola filosófica, cujos principais expoentes foram Edmund Husserl e Martin Heidegger.
Essa distinção é importante, porque Meneghetti acredita que é possível conhecer para além das aparências ou fenômenos, desde que as três descobertas da Ontopsicologia sejam inclusas no método científico.
Preliminarmente, podemos dizer, acerca das consequências das três descobertas da Ontopsicologia para a Fenomenologia, que:
Em confronto ao pensamento husserliano, a Ontopsicologia viabiliza a práxis do novo gênero de fazer ciência, radicado no “mundo-da-vida” ou intuição pura. Realiza uma tarefa preliminar à práxis científica em qualquer campo, pois sua atuação se volta ao operador de conhecimento, ao operador de ciência, de forma que ele possa realizar suas investigações incluindo a dimensão transcendental, ou seja, a dimensão do ser do seu objeto de estudo. Em concreto, o investigador continua a aplicar seus métodos matemáticos e simbólicos, a utilizar seus instrumentos de medida para elaboração de seus cálculos e previsões, porém, muda o seu ponto de partida e seu ângulo de visão. A ciência pode saltar do nível descritivo para o nível compreensivo, inclusa a dimensão ética: eu que faço ciência sou parte do mundo da vida.
Husserl ensinou, por meio de suas investigações filosóficas, que para fazer ciência era preciso atingir o fundamento do conhecimento, o Eu originário (Ur-Ich), e por meio dele adentrar pelos portões do mundo-da-vida.
Já Meneghetti, mostrou que o problema do conhecimento restava sem solução não tanto por incapacidade humana ao nexo ontológico, ao conhecimento do ser, mas porque o instrumento do conhecimento utilizado pelo ser humano, a consciência, precisava ser revisto criticamente, e daí nasce a proposta da psicoterapia de autenticação.
Referências
- AZEVEDO, Erico. O método ontopsicológico na clínica psicológica contemporânea. Tese de Doutorado em Psicologia, 2017, PUC/SP.
- MENEGHETTI, Antonio. Dizionario di Ontopsicologia. Roma: Psicologica Editrice, 2001. ISBN 88-86766-75-0
- Monier-Williams, M. (1899). A Sanskrit-English Dictionary. Oxford: Clarendon Press.
- Jastrow, M. (1903). A Dictionary of the Targumim, the Talmud Babli and Yerushalmi, and the Midrashic Literature. [Inglês]. Disponível em: https://www.sefaria.org/texts/Jastrow%2C_A_Dictionary_of_the_Targumim%2C_the_Talmud_Babli_and_Yerushalmi%2C_and_the_Midrashic_Literature
- Liddell, H. G., Scott, R., Jones, H. S., & McKenzie, R. (1996). A Greek-English Lexicon. Oxford: Clarendon Press.
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